sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O que fazer em caso de inundação do automóvel?



Saiba o que acontece com um carro ao ficar imerso em grandes 

volumes de água e quais são as alternativas para recuperá-lo

Foto: Eduardo Cardozo / Rádio Gaúcha
Eduardo Cardozo / Rádio Gaúcha
No cotidiano do motorista que circula em Porto Alegre/RS, o risco
de inundação de um automóvel não se dá somente por alagamentos
decorrentes das fortes chuvas e acúmulo de lixo nas ruas. Muitos
casos também ocorrem a partir de acidentes, que culminam em
quedas no Arroio Dilúvio, localizado na Avenida Ipiranga.

Para saber o que fazer em situações críticas envolvendo a inundação
do automóvel, confira a seguir a opinião de especialistas do setor
automotivo consultados pelo Pense Carros.

A possibilidade de recuperar um automóvel que tenha sido afetado por
enchentes, alagamentos e afins, varia de acordo com o valor do carro,
de cobertura – ou não - de seguro e do grau de danos provocados.
motor não é o único fator preocupante na recuperação de um carro.
Se normalmente, a substituição de lubrificantes, a limpeza e o alinhamento
das peças pode ser suficiente para deixá-lo novo, a grande maioria dos
carros com sistema eletrônico podem sofrer perda total.

Nestes casos, ter um veículo inundado pode significar um alto custo para
o proprietário, que,e na maioria das vezes, não vale a pena ser desembolsado.
A saída para quem possui um seguro é realizar a declaração de perda total e
resgatar o valor de direito.

SEGURO X PERDA TOTAL

De acordo com Rodrigo Monticelli, corretor de seguros, a perda total se
configura, nos casos de acidentes (colisão ou inundação), quando o valor
para recuperar o veículo ultrapassa 70% do seu valor total.

Em caso de roubo ou furto, a perda total é decretada após dez dias do
veículo não localizado. "O seguro que cobre prejuízos de grande porte
é chamado de seguro compreensivo ou seguro total. Caso os danos não
atinjam os 70%, o veículo é encaminhado para receber os consertos
necessários, e o condutor deverá arcar com o valor de sua franquia”, explica. 
Entre os principais danos causados pela inundação do automóvel está
o calço hidráulico, que consiste na entrada de água pelos filtros de ar,
afetando o motor e danificando demais partes internas do veículo. Tanto
as seguradoras de automóveis, quanto as oficinas, recomendam que, em
caso de alagamento, desligue-se o carro com a entrada de água no assoalho
e deixe-o no local até que seja possível retirá-lo.
Emerson Silveira, gerente técnico da Oficina Brasil em Porto Alegre, indica
que o motorista deve atentar para o nível da água ao realizar um trajeto em
uma rua alagada. “O limite máximo de água, considerado seguro para a
passagem de um automóvel comum, vai até o meio da roda do automóvel, explica.

Mesmo assim é aconselhado que o motorista dirija na primeira marcha
sempre que estiver em local com relativo volume de água”, analisa.
Recomenda-se ainda, que o condutor não avance com o automóvel caso
perceba que outros automóveis já tiveram dificuldades e problemas, pois
caso seja confirmada tal imprudência a cobertura de seguro pode ser cancelada.

EM CASO DE INUNDAÇÃO

Mas, caso a água atinja níveis preocupantes dentro do carro, Silveira indica
que o motorista deva tomar duas precauções imediatas: “Assim que o condutor
perceber que a água está atingindo o assoalho ele precisa desligar o carro e
desconectar a bateria”, alerta. Silveira ressalta ainda que não é preciso ter
receio de desligar a bateria por medo de possíveis choques “O equipamento
é projetado para não acontecer esse tipo de incidente. São apenas 12 volts
de eletricidade”, garante. 
Segundo ele, em casos de alagamento ou imersão do carro, as chances de
o motorista ter problemas sérios no motor são altas. Mesmo assim, a maioria
dos carros podem ser recuperados. “Os casos mais graves - e que acabam
em perda total - ocorrem mais em carros de luxo, com sistemas eletrônicos,
pois o valor de recuperação pode atingir mais de R$ 20 mil”, explica o gerente.
Para  Ayrton Brunello, proprietário da Central de Motores, de Porto Alegre,
empresa especializada em peças e retífica de motores em Porto Alegre,
após a retirada do automóvel da água, o teste para saber se está tudo
funcionando é simples: “É preciso retirar as velas e dar a partida. Se o
carro estiver com ruídos estranhos, com trepidação ou com alguma
espécie de entortamento, é preciso levar para análise”, alerta.


CALÇO HIDRÁULICO

No caso da ocorrência de um calço hidráulico, é necessário enviar
o veículo para uma retífica (empresa especializada em recuperação de motores).
Segundo Ayrton Brunello, para realizar um conserto completo na parte
interna de um Gol 1.0, por exemplo, o custo fica em torno de R$ 3.000 a
R$ 3.500.

O tempo para a devolução do carro, em perfeitas condições, é de cinco a
seis dias úteis. “Nossa política é de trabalhar apenas com um conserto
completo do motor. Não dá para trocar parcialmente algo que pode
estragar logo adiante”, acredita Ayrton.

ALERTA
Em caso de queda no Arroio do Dilúvio, o condutor ou a testemunha, deve
acionar primeiramente, a SAMU (192), a Polícia Civil (197) e a EPTC (118).
De acordo com Lucas Barroso, assessor de imprensa da EPTC - Empresa
Pública de Transporte e Circulação - entre 2009 e 2012, um total de 31
veículos se acidentaram no local, localizado na Av. Ipiranga.

Segundo Barroso, a inexistência de concentração de locais e até mesmo
a reincidência de acidentes, torna mais difícil a identificação de ações para
solucionar o problema. "Para evitar este tipo de acidente, foram implantados
mais de 500 metros de guard rails em pontos de maior movimento da
Avenida Ipiranga", salienta.

De acordo com o órgão, os principais indícios para a causa dos acidentes
são a imperícia e a imprudência. A ocorrência geralmente se dá durante a
madrugada ou no início da manhã.
Fonte: Pense carros

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