segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Motorista que causar acidente com morte pode ter que pagar pensão


Causador do acidente que levar a morte ou invalidez vai ser processado e, se condenado, o INSS vai cobrar dele a pensão da vítima ou da família.

O INSS quer que os motoristas que causem acidentes banquem, do próprio bolso, a pensão por morte ou invalidez das vítimas. A reportagem especial deste domingo (29), sobre o custo dos acidentes nas estradas, é de Édson Ferraz e Lúcio Alves.

O centro de controle do Distrito Federal recebe mais um chamado numa manhã de sábado. Médico e enfermeiro são despachados de helicóptero ao local do acidente e encontram uma cena, infelizmente, bastante comum nas estradas e ruas brasileiras: motorista aparentemente embriagado, sem cinto de segurança, mas sem nenhum outro sinal de gravidade.
Foi uma batida entre dois carros em uma pista molhada. A situação do outro motorista é mais grave. Depois do atendimento, os dois são levados de ambulância para um hospital - não foi preciso usar o helicóptero.
BR-163, Mato Grosso do Sul. Um carro ultrapassa em um trecho perigoso, obrigando o carro da equipe do Fantástico a ir para o acostamento. Outro carro cruza a pista na estrada movimentada.
São flagrantes de irresponsabilidade que estão sendo monitorados naquele trecho da rodovia, inclusive pelo ar - mas os motoristas não sabem disso. Como o de um carro branco, que ultrapassa um caminhão quando outro vem no sentido contrário.
Já o motorista de uma caminhonete também se arrisca e coloca vidas em risco. Ele passa por três veículos em um trecho de faixa contínua, que indica ultrapassagem proibida. Ele comete mais uma irregularidade, passando por um caminhão em local não permitido. Só que a infração está sendo monitorada pela Polícia Rodoviária Federal em uma operação especial que também usa helicóptero para flagrar maus motoristas nas estradas federais.
A operação faz parte de uma pesquisa inédita no país. O objetivo é avaliar o comportamento do motorista brasileiro. Depois de parar o carro e dar orientações de segurança, a Polícia Rodoviária monitora como ele vai dirigir ao longo dos próximos 20 quilômetros.
A operação ainda é uma experiência e está sendo feita somente em trechos da BR-163, no Mato Grosso do Sul. Primeiro, um motorista é parado ao acaso em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Os documentos são verificados e ele recebe recomendações de segurança. Em seguida, é liberado.
O motorista segue viagem. Logo atrás vai um policial, em um carro sem identificação da Polícia Rodoviária, que leva também a equipe do Fantástico. Em pouco tempo, o motorista comete a primeira irregularidade.
“Em menos de cinco quilômetros ele já fez uma ultrapassagem em faixa contínua", diz o policial.
Pelo rádio, a descrição do carro é passada aos policiais que estão no próximo posto da polícia, junto com a orientação para ser parado.
O carro é parado no posto, e o motorista é confrontado pelo policial.
Policial: Você foi parado ali atrás pela Polícia Rodoviária Federal?
Motorista: Já fui parado hoje, sim.
Policial: Você cometeu alguma infração de lá para cá?
Motorista: Não.
Policial: Só que eu tenho que informar que nossa equipe flagrou você cometendo ultrapassagens em local proibido.
Motorista: Eu não tinha visto. Não tinha reparado nisso.
O motorista da caminhonete também tinha recebido orientação da polícia.
“Não faça ultrapassagem em local proibido. Não exceda a velocidade da via e vai com Deus”, diz a policial.
Não adiantou nada. Ele é parado novamente e, como o outro motorista, nega ter cometido a infração.
Policial: Não ultrapassou na faixa contínua?
Motorista: Não.
Fantástico: Por que o senhor não seguiu a recomendação?
Motorista: Eu nem percebi.
Os dois motoristas vão perder sete pontos na carteira e pagar multa de R$ 190, mas podem recorrer.
Por sorte, durante a operação acompanhada pelo Fantástico, nenhum motorista provocou um acidente. Em 2012, cerca de 8,6 mil pessoas morreram em acidentes nas estradas federais.
No trânsito como um todo, são 43 mil mortos por ano. São mortes que poderiam ser evitadas. Junto com os feridos graves, levam sofrimento a milhares de pessoas e custam muito caro ao país.
“Nós estimamos que a sociedade tem que arcar com um custo na ordem de R$ 40 bilhões por ano”, aponta Carlos Henrique de Carvalho, técnico do Ipea.
O cálculo faz parte de um estudo chamado Custos de Acidente de Trânsito no Brasil, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, um órgão do Governo Federal.
“O principal de componente de custo desses acidentes de trânsito é a perda de produção, ou seja, quando a pessoa, no auge da sua vida profissional, perde a vida ou vem a sofrer uma lesão permanente”, explica o técnico.
O serviço aeromédico é uma parceria que existe há sete anos entre o Samu e a Polícia Rodoviária Federal. Funciona em apenas quatro cidades. Cada uma faz cerca de cem atendimentos por mês. O custo de cada atendimento é de R$ 5 mil por hora, pagos pelo contribuinte. As internações por acidente custam ao Ministério da Saúde mais de R$ 200 milhões.
Em 2002, o Brasil tinha 33 mil pessoas com invalidez permanente por causa do trânsito. Em 2012, eram 352 mil.
“O custo social é muito grande, e a gente precisa realmente trabalhar para que a gente possa diminuir isso”, afirma Maria Alice Nascimento Souza, diretora-geral da PRF.
Lucas, de 19 anos, é um desses pensionistas. Foi atropelado há nove anos quando saía da escola. Teve traumatismo craniano e perdeu os movimentos do lado direito do corpo.
“Ele não falava, ele não sorria, ele não comia, ele simplesmente mexia o olho para o lado esquerdo e para o lado direito”, conta a mãe de Lucas, Elisângela Teles.
Ele vem se tratando em uma clínica especializada em Goiânia com despesas pagas pelo governo. Anda com dificuldade e não tem força no braço direito. Não consegue emprego. E conta com uma pensão de R$ 678 por mês paga pelo INSS.
A mãe de Lucas diz que a motorista causadora do acidente nunca ofereceu ajuda: “Ninguém atropela porque quer. Mas a questão de ser humano, de ser solidário, isso é uma questão de querer. E ela não foi, ela nunca ligou nem para saber se tinha sobrevivido ao acidente”.
Para diminuir as despesas com acidentes e fazer o motorista pensar duas vezes antes de colocar vidas em risco, o INSS firmou um acordo com a Polícia Rodoviária Federal.
“Eu acredito muito no efeito pedagógico da dor no bolso. Então se as pessoas pagam pelos seus erros, outras pessoas também vão entender que, se cometerem delito semelhante, vão também pagar o mesmo preço”, ressalta o presidente do INSS, Lindolfo Neto de Oliveira Sales.
A Polícia Federal põe à disposição do INSS todos os registros sobre acidentes em estradas federais. O causador do acidente que levar a morte ou invalidez vai ser processado e, se condenado, o INSS vai cobrar dele a pensão da vítima ou da família da vítima.
Em 2011, em Natal, Andson Alves da Silva dirigia embriagado e sem habilitação, quando perdeu o controle do carro e atingiu o veículo de uma funerária.  O motorista José Nilson Xavier, de 30 anos, morreu na hora. Deixou a mulher e um filho de 10 anos.
“Destruiu minha família. Fica uma saudade, uma falta”, conta a viúva, Maria Alcina.
Dona Maria Alcina e o filho do casal recebem, por mês, R$ 820 de pensão do INSS.
O caso de Natal é o único do país onde já houve sentença condenatória, em duas instâncias. A Justiça já decidiu que Andson terá que ressarcir o INSS pela pensão paga à família da vítima. O valor passa de R$ 500 mil. Ainda cabe recurso.
O cálculo levou em conta a expectativa de vida da viúva, que é quem recebe o benefício. Dona Maria Alcina Ferreira da Silva  tem 34 anos. Hoje, a expectativa de vida da mulher brasileira é de 78 anos de idade.
Procuramos Andson em Currais Novos, cidade onde mora, no interior do Rio Grande do Norte.
Por telefone, falamos com ele, que não quis comentar a decisão da Justiça. “Nunca tive a intenção de sofrer um acidente, nem de perder o controle do carro. É uma coisa que me traz muito sofrimento, falar sobre o acidente”, disse.
Fantástico: E se o motorista infrator não tiver condições financeiras para pagar essa dívida?
Lindolfo Neto de Olvieira, presidente do INSS: Ele vai ter o seu nome inscrito nos órgãos de controle de crédito, ele vai ficar impedido de comprar a crédito na praça, ele vai ficar inclusive impedido de exercer alguns cargos públicos até que quite seu débito.
“Eu vejo como uma medida muito boa, salutar. Sob o ponto de vista jurídico, é perfeitamente possível. Quem sofre danos, doloso ou culposo de terceiros, tem direito buscar reparação pelo que pagou pelo ato desse terceiro”, avalia o ex-ministro do STF Carlos Velloso.
Fonte: Rede Globo

domingo, 29 de dezembro de 2013

Motorista gaúcho é o mais agressivo do País, diz pesquisa

Confira dicas para trafegar com segurança pelas estradas e chegar bem ao Ano-Novo

Em 1997, a primeira diretora-presidente do Detran/RS, Nereide Tolentino, afirmou que o motorista gaúcho não dirigia bem, pois não respeitava a distância entre os carros e, via de regra, não dava passagem, mesmo que o outro condutor estivesse sinalizando para entrar em uma rodovia. A declaração causou muitos protestos e críticas por parte da opinião pública. Poucos meses depois, Nereide era substituída na presidência da autarquia por Djalma Gautério. Depois de 16 anos, especialistas de trânsito do Estado acabaram dando razão a Nereide; inclusive uma pesquisa da Ufrgs aponta o gaúcho como o condutor mais agressivo do País.

O chefe da Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, pondera que apenas uma parcela dos motoristas no Estado age de maneira irresponsável no trânsito. Grande parte, de acordo com ele, dirige corretamente. Castro cita o caso de um jovem que morreu na freeway, no dia 22 de dezembro. A vítima, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), tinha saído de uma rave e se dirigia à praia, quando o carro saiu de controle e capotou. A vítima estava sem cinto de segurança e foi arremessada para fora do veículo.

Castro aconselha os motoristas a fazerem uma revisão no veículo, nos amortecedores, freios e ver a calibragem dos pneus, antes de ir viajar. Além disso, ressalta o policial rodoviário federal, é muito importante ter atenção enquanto se dirige em rodovias. Grande parte dos acidentes, ressalta Castro, acontece justamente por distração dos condutores. "O motorista tem de estar atento a tudo", afirma. "Além disso, só fazer ultrapassagem com certeza absoluta de que é possível", complementa.

Dirigir com sono é outro fator de risco, que pode gerar um desastre fatal. É preferível descansar e chegar um pouco mais tarde ao destino do que se arriscar. "Não há ser humano que vença o sono", comenta Castro. "Por isso, é importante estar tranquilo e procurar horários adequados para viajar."

Quando for à noite, há necessidade de atenção redobrada, pois o ambiente muda totalmente, com a visibilidade sendo mais curta, pois não existe profundidade. Nesse caso, é aconselhável planejar a viagem, já conhecendo o trajeto. Além disso, ter uma dose de paciência, dando-se conta de que a estrada serve para seguir um caminho e impõe limites para todos. Não é ver uma boa estrada e sair acelerando, pois há curvas e outros obstáculos que precisam ser respeitados. "Não dá para passear, tampouco para ir muito depressa", diz Castro. "Os limites foram planejados por engenheiros, justamente pensando em fatores que afetam o automóvel", explica o chefe da Comunicação Social da PRF.

Compartilhar espaço sem estresse

Para a especialista em trânsito e professora Cláudia Rubenich, as pessoas que tomam a estrada devem adotar certos cuidados. Em primeiro lugar, precisam redobrar a atenção. Também é importante evitar discussões dentro do veículo e manter tranquilidade no trajeto. Devem ainda transportar as crianças nas cadeirinhas. É preciso, aconselha Cláudia, criar um ambiente de viagem harmonioso, inclusive preparando os passageiros de que poderão enfrentar congestionamentos. Principalmente, ressalta ela, não "descontar no pé" (acelerar) para chegar logo, além de ter consciência de que encontrarão aqueles que ficam costurando no trânsito, fazendo ultrapassagens a qualquer custo. "Devem-se minimizar os fatores de estresse', ressalta. 'Trânsito é coletivo, e temos de aprender que devemos compartilhar esse espaço com os outros."

Para Cláudia, muitas pessoas não estão preparadas para andar no limite de uma rodovia. E muitas vezes não se dão conta do grande movimento nos feriados. "O fluxo de carros aumenta enormemente. Nem todos estão acostumados ao ritmo intenso de uma estrada e ao grande número de automóveis."

Também é recomendável, aconselha Cláudia, que haja mais cuidado por parte dos motoristas. Na ida, comenta a especialista, existe muita pressa em chegar e, no retorno para casa, há o mau humor, o 'ranço' de final de feriado e férias. "Muitas pessoas se liberam ao meio-dia do serviço e saem, já estressadas, correndo, querendo chegar logo. Comemoram o Ano-Novo e no outro dia voltam, mesmo de ressaca. Ano-Novo é uma loucura, com tanta gente que às vezes não encontramos lugar na areia, e isso se reflete na estrada."

Cansaço retarda tempo de reação

A psicóloga Sinara Soares, da Divisão de Educação do Detran/RS, orienta que, antes de dirigir, o motorista deve avaliar seu estado. O cansaço, salienta Sinara, faz com que o tempo de reação de uma pessoa leve de 2 a 3 segundos, quando normalmente esse seria de 1,5 segundo. "Outro fator que leva à distração é dirigir comendo ou falando ao celular." Sinara recomenda que os motoristas sempre respeitem o limite de velocidade, façam as ultrapassagens com segurança e mantenham a distância para o carro da frente. "Para se certificar, o motorista que vai atrás deve mirar um ponto de referência e, depois que o da frente passar, contar até três, e só então passar por esse ponto. Com chuva deve contar até oito, por exemplo."

Outro cuidado é com as bagagens colocadas dentro do carro. Devem ser afiveladas. "Em um acidente a 90 km/h, em média, se o objeto não estiver preso, pode vir para cima do motorista e fica em média com um peso 25 vezes superior."

Terça é o dia com mais acidentes
Nas terças-feiras e no horário comercial, os motoristas porto-alegrenses mais batem o carro nas vias da Capital. A conclusão faz parte do levantamento do Grupo BB/Mapfre sobre o comportamento dos segurados em Porto Alegre. Nos meses de janeiro a julho de 2013, período de realização do estudo, foram 2.674 colisões registradas no trânsito da cidade. A pesquisa mostrou que na terça-feira foram 527 ocorrências nas principais vias da Capital. A quinta-feira ficou em segundo lugar, com 457 colisões. O sábado é outro dia "preferido" pelos motoristas para se envolver em colisão no trânsito: foram 433 ocorrências. A sexta-feira, tradicionalmente de grande tráfego, teve 388 casos envolvendo segurados da empresa. Nas segundas e nos domingos foram registradas 206 colisões.

O gerente executivo do Grupo BB/Mapfre, Rinaldo da Silva, destacou que a terça e a quinta-feira são dias em que existe uma melhora na circulação de automóveis na Capital, o que deveria ser melhor aproveitado pelos motoristas. "É nesse momento que surge a falta de atenção do condutor, que decide falar ao telefone, enviar mensagens ou ainda ligar o rádio", explica Silva.

Considerando o perfil dos condutores em Porto Alegre, as mulheres envolveram-se em 1.471 acidentes. Os homens registraram 1.203 colisões. Entre os locais em que acontecem mais acidentes, segundo o estudo, estão vias como as avenidas Ipiranga, Sertório, Cavalhada, Assis Brasil, Farrapos, Independência, Osvaldo Aranha e Protásio Alves.
Segundo Silva, o horário comercial em Porto Alegre concentra 1.818 ocorrências. Já o levantamento dos casos entre 18h e 23h revela que o número de acidentes cai, chegando em 642 colisões. A madrugada registrou 214 casos. Além de Porto Alegre, o levantamento foi realizado em São Paulo, Recife e Curitiba.

Fonte: Correio do Povo

sábado, 28 de dezembro de 2013

Um ano para mudar a cara do trânsito


Foto: Ivo Gonçalves/PMPA
Duplicação da Edvaldo Pereira Paiva é uma das principais obras de infraestrutura
Duplicação da Edvaldo Pereira Paiva é uma das principais obras de infraestrutura
Pensar a mobilidade urbana de uma capital como Porto Alegre, que tem uma população de 1,4 milhão de habitantes e 750 mil veículos, um para cada duas pessoas, é buscar equilibrar e organizar os movimentos de todos os envolvidos no trânsito, levando em conta sempre conceitos de segurança viária e fluidez. Baseado nisso, o ano de 2013 está marcado por significativas obras de infraestrutura para a circulação da cidade.

São grandes obras, viabilizadas pela realização da Copa do Mundo, que vão mudar a cara, para melhor, da cidade. Viadutos, trincheiras, alargamentos de vias e qualificação da infraestrutura e do conceito de transporte coletivo, com os BRTs (ônibus rápidos). Ao todo, são cinco obras de grande porte somente na Terceira Perimetral (trincheiras nos cruzamentos com a avenida Ceará, Anita Garibaldi, Cristovão Colombo, Plínio Brasil Milano; e viaduto da Bento Gonçalves), além de um viaduto na Júlio de Castilhos, entrada da Capital; a duplicação da Voluntários da Pátria e Edvaldo Pereira Paiva; prolongamento da avenida Severo Dullius; e a criação da avenida Tronco, tornando-se uma nova alternativa na zona Sul.

Também foram realizadas medidas pontuais em vias de tráfego menos intenso, mas que contribuem muito para ampliar o conceito de mobilidade urbana e segurança viária, como a abertura da rua Pinheiro Machado com a avenida Independência; a implantação do corredor de ônibus do eixo Cavalhada, com 4,5km de faixa prioritária ao transporte coletivo na zona Sul; a instalação de placas bilíngues para orientar os turistas; o recolhimento de veículos abandonados; a colocação de 38 lombadas físicas em vias que apresentavam índice de desrespeitos em relação à velocidade; e a implantação de contrafluxo de ônibus na Lomba do Pinheiro, zona Leste; entre outras ações.

Ações com foco na segurança também foram realizadas como a intensificação do radar móvel nos corredores, para monitorar a velocidade dos ônibus; a ampliação da instalação dos abrigos de ônibus tipo Paradas Seguras, com bancos, iluminação e lixeira; semáforos regressivos para pedestres; gradis de orientação para uma travessia segura; bilhetagem eletrônica nas lotações, garantindo mais segurança e agilidade; e a instalação de câmeras de monitoramento em vias de intenso fluxo, já 95 pontos monitorados em tempo real.

O objetivo de todas essas ações é garantir uma maior fluidez e segurança para todos. “A fiscalização, educação e a engenharia viária contribuem muito não só para uma circulação mais qualificada, mas também para a segurança das pessoas. É nisso que acreditamos e investimos em nossos projetos”, afirma o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação.

Outras Importantes ações de mobilidade promovidas pela prefeitura

Educação para o Trânsito 
– Em 2013, até novembro, foram promovidas mais de 403 ações em escolas, associações comunitárias, empresas e vias de intenso fluxo, com abordagens criativas, esquetes, teatro, palestras ou distribuição de materiais educativos, abrangendo 194 mil pessoas. Também foram realizadas ações voltadas a públicos específicos, como os idosos e crianças, alertando sobre os cuidados ao atravessar na faixa, além de motociclistas, motoristas e ciclistas, com dicas e orientações de um comportamento seguro nas vias.



Curso Multiplicadores de Educação para o Trânsito – Com aulas gratuitas, este ano foram dez cursos, para pessoas interessadas em disseminar uma mensagem de paz no trânsito. Além das ações, também existe a promoção e realização do Prêmio EPTC de Educação, que já está em sua sexta edição. Este ano, a premiação teve 1.985 trabalhos inscritos, em diversas categorias.

Ciclovias – Seis novas ciclovias foram implantadas na Capital em 2013, seis quilômetros a mais de espaços exclusivos aos ciclistas que, se somados com os já existentes, resultam em 18,5 quilômetros. Além disso, foram elaborados novos projetos, que formarão futuramente a primeira ciclorrota da história da cidade, interligando Bom Fim, Cidade Baixa, avenida Ipiranga, área central, orla do Guaíba e início da zona Sul. As novas ciclovias ficarão localizadas nas ruas Vasco da Gama, João Telles e Barros Cassal (bairro Bom Fim), Loureiro da Silva e estruturas já existentes, todas atendendo ao Plano Diretor Cicloviário, elaborado pela prefeitura.

BikePoa
 – Foram implantadas 28 estações e disponibilizadas 280 bicicletas públicas a mais no sistema BikePoa, somente nesse ano, resultando em 38 estações e 380 equipamentos. Já são mais de 300 mil viagens realizadas desde o início do sistema.

Novos agentes – Fiscalização também é importante para colaborar ao respeito às normas. Pensando nisso, a EPTC formou, neste ano, 82 novos agentes de trânsito. Com isso, Porto Alegre passou a contar com um total de 610 agentes.

Fonte: EPTC

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Uso de novo radar dobra número de multas em rodovias federais do Estado

Aparelho que flagra veículos a até um quilômetro de distância é aliado dos policiais contra o excesso de velocidade

A manhã de terça-feira avançava, o trânsito começava a encorpar na freeway (BR-290) e o motorista de um Mercedes-Benz esporte decidiu pisar fundo no acelerador. Foi flagrado quando passava por outros veículos, a 206 km/h, em Santo Antônio da Patrulha. 

O aparelho que registrou tamanha imprudência estava a quase um quilômetro de distância. É o radar móvel TruCam, nova vedete da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dotado de câmera fotográfica e laser capaz de identificar um veículo a mais de mil metros. Isso permite documentar a infração mesmo de veículos que reduzem a velocidade ao avistar a fiscalização.

O TruCam está por trás do salto no número de multas registrado pela PRF no feriadão. Apenas em excesso de velocidade, houve aumento de 100% nas autuações nas rodovias federais gaúchas. Foram 5.831 nos cinco primeiros dias do feriadão de Natal de 2013 (até as 19h de ontem), contra 2.910 em igual período de 2012. 



Os equipamentos novos, mais modernos, podem aferir a velocidade de até 300 motoristas por hora, o que garante ritmo inédito nas autuações e dispensa a antiga prática dos patrulheiros, de ter de parar o veículo para assinar a multa.

Estado recebeu 11 equipamentos
O Estado recebeu 11 dos novos radares. A PRF, em todo o Brasil, estreou 130 desses equipamentos. A tecnologia do aparelho é considerada a mais moderna disponível no mundo.

– A grande maioria das autuações foi feita pelo novo radar – diz o chefe de Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro, que destaca o fato de o feriado ser mais longo em 2013.

Ele acrescenta que a PRF tem sido mais rigorosa a cada ano, especialmente em relação a excesso de velocidade e embriaguez ao volante.

O caso do condutor que dirigia a 206 km/h, um empresário de 22 anos de Porto Alegre, está longe de ser exceção. Velocidade demasiada é rotina entre os que pegam a estrada rumo ao Litoral para os festejos de fim de ano, pondera o chefe de policiamento da PRF no Estado, Alfonso Willembring Junior. Entre os flagrados na freeway neste feriado estão um Polo a 147 km/h, um Corolla a 169 km/h e até um Fusca a 129 km/h. A velocidade máxima na rodovia é de 110 km/h, acrescentada de uma tolerância de 7%.

DETALHE ZH

Por que tanta potência 

Mesmo que o limite permitido no Brasil seja de 110 km/h, até carros populares conseguem andar acima desta velocidade. O que dizer então de veículos que superam failmente os 200 km/h? Por que são fabricados com tamanha potência?

Uma das respostas é que os carros fabricados aqui são, muitas vezes, cópias de veículos projetados para rodar en estradas europeias, japonesas ou americanas - e não nas esburacadas, simplificadas e inseguras rodovias brasileiras. Outra característica é que um motor potente proporciona mais segurança em ultrapassagens. Quanto menos potência, mais difícil será passar por outro veículo. Mas nada disso justifica o excesso de velocidade.

Fonte: Zero Hora

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Obrigatoriedade de Simuladores em CFCs pode ser adiada no RS

Detran admite transferir a data para não atrasar emissão de carteiras de motorista

A obrigatoriedade do uso de simuladores em Centros de Formação de Condutores (CFCs) pode ser adiada, admitiu o presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul, Leonardo Kauer. De acordo com Kauer, as empresas fornecedoras do equipamento não estão conseguindo fornecer o total solicitado pelos CFCs. A obrigatoriedade ocorre a partir de 1º de janeiro.

Conforme Leonardo Kauer, o adiamento pode ser a medida adotada para evitar que haja atrasos na emissão da carteira de motorista. Só no Rio Grande do Sul são necessários 819 equipamentos para todos os CFCs. Cada um custa de R$ 38 mil a R$ 47 mil.

Já está certo que a habilitação vai ficar mais cara assim que os simuladores entrarem em operação. A estimativa do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (SindiCFC-RS) é de que o reajuste possa ser de até R$ 300. Já o Detran estima que fique em torno de R$ 150. Fazer a primeira habilitação custa atualmente em torno R$ 1,2 mil.

Fonte: Correio do Povo

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Crianças narram a difícil rotina sem a mãe


Semelhantes, a histórias de Miguel e Emily alertam para o risco da imprudência ao volante

Para alertar motoristas para o drama das existências abreviadas pelos acidentes de trânsito, esta reportagem traz a história de duas crianças. Ambos aos sete anos, Miguel perdeu Alaíde, e Emily perdeu Cristiane. Dois anos se passaram, e os relatos sobre a dificuldade em lidar com a pior das notícias e a ausência do carinho da mãe estimulam uma reflexão sobre a importância da prudência ao volante.
>>> Confira mais matérias da campanha Uma Vida Vale Muito
Um saco de boxe pende na varanda da casa que Miguel Arcanjo divide com a avó em Gravataí. O menino de nove anos é filho de Alaíde da Silva Linck — bailarina morta aos 28 anos em um acidente de carro na entrada de 2012, na Estrada do Mar, no Litoral Norte. É o equipamento de pancadas que tem absorvido toda a raiva da criança. O objeto foi adquirido depois que Maria Regina da Silva, 59 anos, ouviu o neto chutando tudo no banheiro. Ao forçar a porta, ele despejou:
— Eu tenho muita raiva daqueles dois que mataram a minha mãe.
"Aqueles dois" seriam Tatieli Costa e Paulo Afonso Corrêa Júnior. A modelo e o suplente de vereador em Tramandaí à época foram apontados no inquérito policial como suspeitos de terem provocado a colisão. Dois anos se passaram, e, quando fala da saudade, Miguel ainda aperta os olhos enfatizando a dor da resposta. Fala na mãe o tempo todo. Ele e a avó transformaram um canto da casa em altar: tem fotos, as bijuterias que a bailarina usava no dia do acidente, alguns CDs que estavam no carro e a sapatilha de balé. 

Em vídeo, Miguel fala sobre a morte da mãe:
Alaíde dava aulas de dança, finalizava a faculdade de Educação Física e proporcionava pequenos luxos a Miguel, que criava sozinha. Com a morte dela, foram-se também o padrão de vida, os passatempos, as brincadeiras. O menino teve o plano de saúde de alto padrão cancelado, deixou de frequentar clubes e piscinas, não viaja mais para a praia, abandonou os parques e os passeios no shopping. Com a aposentadoria, Regina se esforça para manter o neto no colégio particular, a higiene e a alimentação em dia. Miguel passa os dias em frente ao computador com fones de ouvido e olhos vidrados na tela. Quando a mãe morreu, ele ainda se recuperava de uma cirurgia nos ouvidos. Como a família não tinha dinheiro para continuar o tratamento, a pediatra se dispôs a atendê-lo gratuitamente.
Nos aniversários do garoto, as amigas de Alaíde já conseguiram, com uma vaquinha, comprar tablet 3D e um Playstation. Mas pouca coisa o faz alargar o sorriso.
— É que eu sinto muuuuita saudade dela. É muito triste e complicado uma criança viver sem a mãe — responde, sentado na cama, mesclando maturidade e inocência, apoiando o queixo no dorso da mão.
Na casa da avó, que assumiu os cuidados, Miguel tem um quarto recheado de cartazes e brinquedos. Na cabeceira da cama, uma lembrança feita por ele depois que perdeu o sono noite dessas. Pegou papel, caneta, a última foto tirada da mãe e improvisou um quadrinho. Desenhou corações e um casal de mãos dadas — mãe e filho.
— Foi uma forma de expressar carinho. Teve também uma vez que eu tive a ideia de escolher uma estrela, a mais brilhante, e eu disse para a vó que aquela seria a mãe. Aí, quando a estrela aparece, vou ali na rua e grito: "Oi, mãããe! Estou aqui" — lembra a criança, que deixou de praticar esportes porque perdeu a maior torcedora.
Para reduzir a ansiedade, abraça a avó de olhos fechados e diz que fará de conta que é a mãe. Em uma madrugada recente, a avó ouviu barulho no quarto do neto. Ele sorria dormindo. Preferiu não acordá-lo. Ao despertar, ele contou que Alaíde estava ali, fazendo-lhe cócegas, e que havia mandado um recado para Regina, pedindo que parasse de chorar e se cuidasse.
— Imagina eu com ele no colo, escutando isso? É para mim que ele fala isso tudo. Agradeço a Deus por ele ser uma criança calma, mas noto que precisa de atendimento psicológico por causa do colégio — desabafa a aposentada.
Miguel, nove anos, constata: "É muito triste e complicado uma criança viver sem a mãe"
Foto: TADEU VILANI
Para fazer o dever de casa, só empurrado. Perdeu o gosto pelos estudos. Era a mãe quem o ajudava nos temas. Em seus devaneios, Miguel planeja de que forma poderia ter evitado o trauma.
— Ele pergunta para mim se não deveríamos ter amarrado a Alaíde naquele dia para ela não ter saído de casa — confidencia Regina.
Impressionado com o acidente, seis meses depois do ocorrido foi à igreja. Rezando baixinho, pediu a Deus que curasse os machucados da mamãe, porque só Ele conseguiria fazer isto. Miguel agora passou a ter preocupação de gente grande. Teme pelas atitudes dos motoristas no trânsito e dá um recado singelo.
— Acho que eles têm que colocar as barbas de molho. Isto quer dizer: tomar cuidado para ver o limite de velocidade. Quando estiverem numa estrada que tem três lados, ver se não vem um carro.
De resto, vive repetindo para si e para a avó a mesma frase que falou quando soube que a mãe havia ido embora:
— Agora eu sou só teu, né, vó?
A colisão
— O acidente teria sito provocado pelo Vectra que pertencia à família de Paulo Afonso Corrêa Júnior, suplente de vereador de Tramandaí à época, dirigido pela ex-modelo Tatieli Costa, que não tinha carteira de motorista e, segundo o inquérito, apresentava sinais de embriaguez.
— Ambos foram presos em flagrante e respondem ao processo em liberdade.
— A colisão, que ocorreu na Estrada do Mar, próximo ao acesso de Xangri-Lá, também vitimou o taxista Ivo Ferrazo, 63 anos, que conduzia um Corsa.
— No Prisma de Alaíde, também estava a amiga Carine Bueno Flores, que ficou 26 dias internada no Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa.
— Até hoje, não houve julgamento do caso. Tatieli argumentou que o processo ainda tramita na Justiça e que não iria se manifestar. Paulo Afonso também informou, por intermédio da advogada Nilda Souza, que não se pronunciaria.
Emily Kamila tem nove anos e tem uma cicatriz que ocupa quase a lateral inteira da coxa esquerda. Os riscos na pele remetem a uma tragédia que promoveu um arrastão na casa dos Bieleski em 3 março de 2012. Naquele dia, sentada na cadeirinha no banco traseiro do Ka, a menina assistiu à morte da mãe e à retirada do pai das ferragens, após serem atingidos por um caminhão na BR-116, em Morro Reuter, no Vale do Sinos.
Emily ficou hospitalizada por 15 dias, passou por cirurgia e logo se recuperou. Ciente da morte da mãe, Cristiane Fassbinder, 25 anos, também ficou sem o pai Claudir, 33 anos, nos primeiros dois meses — tempo em que ficou internado. Levou mais seis meses até que pudesse retornar ao emprego, um ateliê de calçados em Dois Irmãos, onde moram. Os ferimentos dos dois os impediram de participar do enterro de Cristiane.
A criança, que já era calada, quase emudeceu. Transparece agora apenas nos detalhes o sofrimento pela ausência. Sobre os sentimentos mais íntimos, fala apenas com o pai. Queixa-se de saudade da mãe. Para chorar, esconde-se. Para tratar do trauma, a família encaminhou Emily a psicólogos. Recebeu alta depois de um mês. Disseram a eles que se calar também era uma forma de reagir.
Feridos no acidente que matou Cristiane, Emily e o pai vivem em Dois Irmãos
Foto: CHARLES DIAS
Da mãe, ela guarda sapatos, algumas roupas, fotos, um caderno de poesias escritas por ela e uma coleção de esmaltes dos quais não deixa ninguém chegar perto. Para amenizar a saudade, usa as camisolas de Cristiane para dormir e reza lendo a Bíblia. Pouco se fala sobre o assunto. No começo, imagens da falecida ainda emolduravam a estante. Agora, nem isso. É doloroso enxergar todos os dias. Vez ou outra, vão ao cemitério levar flores.
— É o pai que bota as flores lá — conta Emily.
Apesar de ter sempre contado com o auxílio da mãe nos estudos, na escola não teve problemas.
— Nos temas, eu ainda consigo me virar. Pior são os trabalhos — diz a menina.
Já pensa nas profissões que quer seguir. Está em dúvida entre Direito e Odontologia por um curioso motivo: quer ganhar muito dinheiro para comprar um carrão. Em busca de colo, engatou amizade com a vizinha Silvane Siiss, 32 anos, de quem não desgruda. Dentre as maiores dificuldades notadas pelos familiares, está a tomada de decisão. Emily passou a sempre escolher o que fazer e o que vestir com base na opinião dos outros.
Para ajudar a cuidar da casa de três cômodos, a menina auxilia em tarefas simples do lar impecável: lava a louça e varre o chão. Há cinco meses, Claudir iniciou um novo relacionamento. Vê a namorada aos finais de semana. Aos poucos, a mulher conquista a afeição da menina.
O baque também foi financeiro, já que não contam mais com a renda de Cristiane. Para ficar mais tempo com Emily, Claudir deixou de fazer horas extras. O carro acidentado não tinha seguro e teve perda total. Os custos do enterro beiraram os R$ 12 mil. Há três meses, Emily foi submetida a uma nova cirurgia para a retirada de uma placa no fêmur.
Tudo vem se ajeitando há um ano, quando deixaram a casa da mãe de Claudir e voltaram para a deles. A menina cursa o 3º ano do Ensino Fundamental à tarde e, pela manhã, pratica esportes e dança. Às 17h30min, o pai busca a filha no colégio. Cuidar da casa e de uma menina sozinho deixou Claudir bem atrapalhado.
— Que nem o dia em que me dei conta de que ela já tinha seio. Sugeri: "Filha, acho que já está na hora de usar sutiã" — recorda.
São muitas as perguntas desconcertantes.
— Uma vez, meu irmão tomou um trago, saiu de carro, sabendo que não pode, bateu, prenderam ele. Ela perguntou: "Como prenderam o meu tio, pai? O cara matou a minha mãe e não foi preso" — lembra Claudir.
O Dia das Mães está entre as maiores dificuldades. Em 2012, Emily pediu que a tia Gislaine Lenir Bieleski, 34 anos, fosse à escola representando Cristiane.
— Foi muito difícil. Chorei muito. Ela se manteve tranquila — relata a tia.
Neste ano, a tarefa escolar na data era comprar um livro e presentear a mãe:
— Tinha que comprar, né? Aí, eu comprei. Mas não dei para ninguém, guardei comigo.
O acidente
— Cristiane tinha folga apenas aos domingos. Naquele sábado, 3 de março de 2012, conseguiu dispensa e viajava com a família de Dois Irmãos para visitar parentes em Nova Petrópolis, terra natal dela.
— No km 216 da BR-116, em Morro Reuter, um caminhoneiro perdeu o controle do veículo e colidiu com o Ka vermelho da família, às 8h30min.
— O motorista Vanderli Ribeiro de Souza foi indiciado por homicídio culposo e lesões corporais. A família também entrou com um processo civil pedindo indenização. Segundo o advogado de Vanderli, Léo Elon Pias, ele não teve culpa. Pias argumenta que os freios não funcionaram, e o cliente tentou de todas as formas evitar a colisão.
fonte: ZERO HORA

    Conselho Nacional de Trânsito equipara bicicletas elétricas às convencionais

    Resolução n.º 465 do Contran estabelece uma série de requisitos para adequação do modelo


    Conselho Nacional de Trânsito equipara bicicletas elétricas às convencionais Lauro Alves/Agencia RBS
    A empresária Maria Rosinete Pereira é uma grande incentivadora do uso das bicicletas elétricasFoto: Lauro Alves / Agencia RBS
    Heloisa Aruth Sturm
    Aproveitando a onda da mobilidade sustentável e do incentivo ao uso de transportes alternativos nos centros urbanos, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) deu fim a uma polêmica que já dura mais de um ano e publicou, na última sexta-feira, uma norma que equipara as bicicletas elétricas às convencionais.
    Mas, antes de sair pelas ciclovias com a sua motorizada, há uma série de requisitos que devem ser observados. O principal deles diz respeito aos equipamentos de segurança: capacete, faróis, campainha, espelhos retrovisores e velocímetro são de uso obrigatório.
    Além disso, não é qualquer elétrica que foi equiparada à bicicleta comum. Apenas aquelas com potência de até 350 watts e acionamento do motor por meio do pedal ganharam esse privilégio. Por isso, se a sua bike tem o acelerador no guidão, será preciso adaptá-la para poder conduzi-la pela ciclovia.
    Um dos modelos disponíveis no mercado já em acordo com a resolução 465 do Contran é a Holly, uma italiana com motor chinês que está sendo montada com alguns componentes nacionais em Balneário Camboriú (SC). Com potência de 250 watts e preço médio de R$ 2,8 mil, utiliza bateria de chumbo e suporta até 110 quilos.
    Na Cia do Ciclista, loja de Porto Alegre que comercializa e-bikes há 10 anos, cerca de 70% a 80% dos clientes está acima de 55 anos. São pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte para trabalhar em uma segunda fonte de renda, como venda de produtos e atendimento em domicílio. O uso da elétrica como lazer ocorre mais na região litorânea, durante o verão. Para Maria Rosinete Pereira, sócia da revenda especializada, a regulamentação poderá incentivar o lançamento de novos modelos e um maior desenvolvimento do setor.
    — O uso da scooter elétrica criou toda essa polêmica. Para o nosso transporte de Porto Alegre, não tem como deixar só carro e moto. Tem que desafogar a nossa cidade. O ano de 2014 vai ser o ano da bike. E a bicicleta elétrica, no Sul, vai dar uma alavancada agora. Estou apostando bastante neste segmento — acredita Maria Rosinete.
    E para quem acredita que não será possível a convivência harmoniosa entre as comuns e as elétricas pelas ciclovias da cidade, o empresário Vitor Marega Mörschbächer lembra uma regra de ouro que vale para qualquer atividade:
    — Tudo é uma questão de educação. Assim como tem o mau motorista, tem o mau ciclista. Se cada um respeitar o seu limite, a coisa vai andar bem mais.

    COMO É
    Características da bicicleta elétrica
    - O preço varia de R$ 2,5 mil a R$ 6,7 mil
    - Dois tipos de bateria: a de chumbo, mais pesada, e a de lítio, que dura mais. O tempo médio de duração da bateria é de dois a três anos.
    - Peso varia de 25 a 34 quilos, dependendo da bateria utilizada.
    - Autonomia de até 40 quilômetros rodados por cada carga. Quanto mais potente o motor, menor será a autonomia. A duração da carga também pode variar de acordo com o terreno e o peso do ciclista.
    - O tempo para fazer a recarga varia de quatro a seis horas. O ideal é não esperar esgotar a carga e recarregá-la pelo menos uma vez por semana, mesmo que o usuário não a utilize com frequência.
    - Conforme regulamentação do Contran, a velocidade máxima permitida é de 6 km/h em área de circulação de pedestres e de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.
    - Não é permitido usar acelerador no guidão: o motor só pode funcionar por meio do pedal.

    O CUSTO DA ADAPTAÇÃO
    Itens para adequar a bike elétrica às novas regras
    - Indicador de velocidade: R$ 45 a R$ 500
    - Campainha: a partir de R$ 9
    - Sinalização noturna dianteira, traseira e lateral: R$ 25 cada
    - Espelhos retrovisores em ambos os lados: R$ 15 a R$ 30
    - Capacete: R$ 45 a R$ 130
    - Adaptação no guidão para impedir o uso do acelerador na mão e usar a assistência do motor só por meio do pedal: R$ 230 a R$ 250

    VANTAGENS
    - Não polui o meio ambiente.
    - Não gera ruído.
    - O custo, de R$ 0,01 por quilômetro rodado, é menor em relação a outros meios de transporte.
    - O uso do pedal assistido também permite fazer atividade física.
    - Alivia o trânsito, já que serve como meio de transporte.

    DESVANTAGENS
    - O preço ainda é alto. Apesar do quadro, do freio e do guidão serem de fabricação nacional, todos os componentes da parte elétrica são importados.
    - A manutenção é cara em função da pequena escala, já que ainda há poucos consumidores.
    Fontes: Contran, Maria Rosinete Pereira e Vitor Marega Mörschbächer (Cia do Ciclista)
    Fonte: Zero Hora

    quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

    PGE consegue liberar licitação para instalar pardais em 13 rodovias do RS

    Empresa desclassificada havia conseguido liminar suspendendo andamento do processo

    A Procuradoria Geral do Estado (PGE-RS) conseguiu liberar o processo licitatório para contratar o serviço de controladores eletrônicos de velocidade (pardais), junto à 22ª Câmara Civel do Tribunal de Justiça do Estado. A Justiça acatou os argumentos da PGE, entre eles o de que o procedimento administrativo cumpria os requisitos de legalidade e que os controladores podem contribuir para a redução das mortes no trânsito.

    No dia em que o Estado previa divulgar a proposta de valor da única empresa habilitada na licitação, o processo foi suspenso por ordem judicial. Um mandado de segurança foi concedido à Perkons S/A, uma das desclassificadas do certame. A empresa alegou que não foi concedido prazo de cinco dias para a apresentação de recurso. Assim, a licitação ficou suspensa até o exame do mérito.

    A abertura do envelope com a proposta de valor da Fiscal Tecnologia e Automação Ltda. era agendado para 22 de novembro. As outras três concorrentes, Velsis Sistemas e Tecnologia Viária Ltda., Serget - Comércio Construções e Serviços de Trânsito Ltda., e Perkons S/A, tiveram os recursos negados. O edital prevê uma verba de R$ 8,8 milhões para instalação e manutenção de 45 pardais, 21 câmeras de monitoramento em 13 rodovias do Rio Grande do Sul.

    Os serviços foram divididos em duas licitações, uma contendo 34 equipamentos e a outra 11. A contratação vale por dois anos, com possibilidade de renovação. A previsão inicial do Daer era iniciar a colocação dos pardais em locais prioritários, como a Estrada do Mar (ERS 389), que liga Osório a Torres, no Litoral Norte.

    O contrato anterior foi rescindido em 2010, quando os equipamentos deixaram de aplicar multa em território gaúcho.

    Confira as rodovias que devem receber pardais no RS:

    ERS 030 (Osório a Tramandaí): dois pardais e duas câmeras;
    ERS 040 (Viamão a Pinhal): dois pardais e uma câmera;
    ERS 122 (Rincão do Cascalho a Caxias do Sul): oito pardais e duas câmeras;
    ERS 239 (Novo Hamburgo a Rolante): oito pardais e duas câmeras;
    ERS 240 (Vila Scharlau a Montenegro): quatro pardais e duas câmeras;
    ERS 389 (Osório a Torres): cinco pardais e três câmeras;
    RSC 453 (Venâncio Aires a Tainhas): cinco pardais e duas câmeras;
    ERS 135 (Passo Fundo a Erechim): um pardal;
    ERS 324 (Passo Fundo a Nova Prata): dois pardais e uma câmera;
    ERS 342 (Ijuí a Cruz Alta): um pardal;
    RSC 153 (Passo Fundo a Tio Hugo): dois pardais;
    RSC 287 (Montenegro a Santa Maria): quatro pardais e quatro câmeras;
    RSC 470 (Nova Prata a Bento Gonçalves): um pardal e uma câmera.

    Fonte: Correio do Povo

    terça-feira, 17 de dezembro de 2013

    Detran/RS divulga lista de beneficiados da CNH Social

    O Detran/RS divulga nesta terça-feira (17) a lista dos 7 mil beneficiados da primeira edição do programa CNH Social.  Os selecionados no sorteio podem ser conferidos no banner no site www.detran.rs.gov.br e no Diário Oficial do Estado. Mais de 171 mil pessoas inscreveram-se no programa que vai oportunizar a pessoas de baixa renda mais e melhores oportunidades no mercado de trabalho, através da Carteira Nacional de Habilitação. 
    O sorteio das vagas teve coordenação técnica da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Procergs) e foi realizado em duas etapas, através do aplicativo da Nota Fiscal Gaúcha. Na primeira etapa, foram selecionados 1.976 candidatos pelas cotas reservadas para mulheres e negros, buscando promover a igualdade de acesso aos postos de trabalho. A segunda etapa ocorreu ontem (16) e sorteou 5.024 vagas entre todos os inscritos. 
    As pessoas beneficiadas pelo programa estarão isentas do pagamento de todas as taxas para os serviços de habilitação, dos exames médicos e psicológicos, do curso teórico-técnico, do curso prático de direção veicular e locação de veículos, e também dos exames teórico e prático. 
    Próximos passos
    Entre 17 de dezembro e 31 de janeiro, os candidatos selecionados no sorteio deverão realizar a abertura do processo de habilitação no CFC em que realizaram a inscrição, conforme o serviço e a categoria escolhidos no momento da inscrição. Além das condições e documentos necessários para a abertura do procedimento de habilitação (Renach), o candidato deverá apresentar comprovação de que, à época da abertura do serviço, estava domiciliado no Estado por no mínimo dois anos. Também deve declarar responsabilidade sobre as informações prestadas e de que conhece e aceita todas as condições de participação no Programa CNH Social.

    Segunda chamada
    Em caso de não preenchimento de todas as vagas, será realizada uma segunda chamada no dia 07 de fevereiro, mediante novo sorteio das vagas disponíveis. O candidato convocado em segunda chamada deverá comparecer ao CFC em que realizou a inscrição no período de 10 de fevereiro até 28 de fevereiro de 2014, para abertura de seu processo de habilitação.
    CONFIRA OS DOCUMENTOS PARA ABERTURA DO PROCESSO NO CFC: 
    Documentos para abertura do Renach:
    - Carteira de Identidade (original e cópia);
    - CPF (original e cópia) - dispensando-se este documento se o número constar na Carteira de Identidade;
    - Comprovante de residência atual (original e cópia);
    - Os CFCs já estão realizando a captura digital de imagens, portanto, NÃO é mais necessário levar fotos.

    Documentos para acesso ao programa:
    - Comprovação de que, à época da abertura do serviço, estava domiciliado no Estado de Rio
    Grande do Sul há no mínimo dois anos.  Serão aceitos os seguintes documentos: 
    1. comprovante de residência no nome do selecionado – contas de água, luz e telefone –
    com no mínimo dois anos de postagem.
    2. declaração, assinada pelo proprietário/locatário do imóvel onde reside o selecionado,
    atestando domicílio do/a candidato/a há, no mínimo, dois anos. Nesse caso, deve-se
    apresentar, além da declaração, cópia de documento de identidade e de comprovante de
    residência no nome do/a declarante.
    3. comprovante de matrícula em qualquer instituição de ensino no Estado do Rio Grande do
    Sul, com no mínimo dois anos de expedição.
    4. contrato de trabalho, contracheque ou documento correlato que comprove vínculo
    empregatício no Estado há, no mínimo, dois anos. 
    - Declaração de responsabilidade sobre as informações prestadas e de que conhece e
    aceita todas as condições de participação do Programa CNH Social (anexo I deste Edital).

    Fonte: Detran/RS

    Novo Site da Coordenação de Educação 

    para Mobilidade - EPTC

    Já está no ar o novo site da Coordenação de Educação para Mobilidade. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) disponibiliza à população mais um canal de informações e dicas de educação de trânsito, o www.eptc.com.br/educacao. O site foi elaborado pelas equipe de tecnologia de informação da EPTC e será abastecido pela Coordenação de Educação para a Mobilidade, com notícias, imagens, vídeos, jogos e orientações sobre um comportamento seguro nas ruas.

    O objetivo é ampliar ainda mais as ações realizadas pela EPTC com o foco na educação. Somente neste ano, foram mais de 403 ações em escolas, associações comunitárias, empresas e vias de intenso fluxo, com abordagens criativas, esquetes, teatro, palestras ou distribuição de materiais educativos. Até outubro/13 194 mil pessoas foram envolvidas ou abrangidas nessas ações educativas.

    “O corpo-a-corpo com a população é fundamental. Mas acreditamos que ferramentas que contribuam para disseminar uma mensagem positiva no trânsito também colaboram muito. Por isso, o site será abastecido pelos próprios agentes de educação, que conhecem a rotina das ações e a característica de abordagem dos públicos envolvidos”, afirmou Juranês Castro, coordenador de educação para o trânsito da EPTC.

    Além do novo site, a EPTC possui um blog (www.vidaemtransitoeptc.com.br) e perfis oficias no Twitter (www.twitter.com/eptc_poa) e Facebook (www.facebook.com/eptc.poa).

    OBS.: O novo site substituirá este blog.

    Fonte: EPTC

    quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

    Governo deve adiar exigência de airbag e freios ABS em todos os carros em 2014

    Medida busca reduzir impacto dos preços dos veículos na inflação e pode dar sobrevida a modelos como a Kombi

    Governo deve adiar exigência de airbag e freios ABS em todos os carros em 2014 Jessé Giotti/Agencia RBS
    A Volkswagen havia anunciado o fim da produção da Kombi devido à obrigatoriedade de alguns itens de segurançaFoto: Jessé Giotti / Agencia RBS
    ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, nesta quarta-feira, que o governo está preocupado com o risco de inflação crescer em razão do aumento dos preços dos carros devido à entrada em vigor, em 2015, da obrigatoriedade de todos os automóveis fabricados no Brasil terem itens de segurança, como airbags e freios ABS.
    Conforme Mantega, os preços dos carros podem aumentar entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil em virtude desses equipamentos. Devido ao impacto na inflação, o ministro informou que estuda o adiamento do início da medida.
    — Possivelmente vamos adiar a entrada em vigor — disse.
    A indústria mostrava preocupação com a coincidência da entrada em vigor dos novos itens e a retomada do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) no ano que vem. Ambas trazem impacto no preço do carro e poderiam acentuar a tendência de desaceleração nas vendas esperada para 2014.
    A mudança pode dar uma sobrevida a modelos que teriam de sair de linha por não atender as novas exigências, como a Kombi. O iminente fim da produção do histórico modelo da Volkswagen ganhou repercussão internacional e virou mote de campanha publicitária da marca.
    A medida também favorece outros modelos, como o Uno Mille, Celta, Clio, Ka e Fiesta Rocam. Segundo o ministro, 60% dos veículos hoje já têm esses equipamentos.
    — Passaria para 100% e provavelmente vamos diferir isso em um ou dois anos. Ainda não fechamos a proposta, vamos fechar na terça-feira — informou.
    Confira, em imagens, um pouco da história desse ícone das ruas:
    Fonte: Zero Hora