quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Conselho Nacional de Trânsito equipara bicicletas elétricas às convencionais

Resolução n.º 465 do Contran estabelece uma série de requisitos para adequação do modelo


Conselho Nacional de Trânsito equipara bicicletas elétricas às convencionais Lauro Alves/Agencia RBS
A empresária Maria Rosinete Pereira é uma grande incentivadora do uso das bicicletas elétricasFoto: Lauro Alves / Agencia RBS
Heloisa Aruth Sturm
Aproveitando a onda da mobilidade sustentável e do incentivo ao uso de transportes alternativos nos centros urbanos, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) deu fim a uma polêmica que já dura mais de um ano e publicou, na última sexta-feira, uma norma que equipara as bicicletas elétricas às convencionais.
Mas, antes de sair pelas ciclovias com a sua motorizada, há uma série de requisitos que devem ser observados. O principal deles diz respeito aos equipamentos de segurança: capacete, faróis, campainha, espelhos retrovisores e velocímetro são de uso obrigatório.
Além disso, não é qualquer elétrica que foi equiparada à bicicleta comum. Apenas aquelas com potência de até 350 watts e acionamento do motor por meio do pedal ganharam esse privilégio. Por isso, se a sua bike tem o acelerador no guidão, será preciso adaptá-la para poder conduzi-la pela ciclovia.
Um dos modelos disponíveis no mercado já em acordo com a resolução 465 do Contran é a Holly, uma italiana com motor chinês que está sendo montada com alguns componentes nacionais em Balneário Camboriú (SC). Com potência de 250 watts e preço médio de R$ 2,8 mil, utiliza bateria de chumbo e suporta até 110 quilos.
Na Cia do Ciclista, loja de Porto Alegre que comercializa e-bikes há 10 anos, cerca de 70% a 80% dos clientes está acima de 55 anos. São pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte para trabalhar em uma segunda fonte de renda, como venda de produtos e atendimento em domicílio. O uso da elétrica como lazer ocorre mais na região litorânea, durante o verão. Para Maria Rosinete Pereira, sócia da revenda especializada, a regulamentação poderá incentivar o lançamento de novos modelos e um maior desenvolvimento do setor.
— O uso da scooter elétrica criou toda essa polêmica. Para o nosso transporte de Porto Alegre, não tem como deixar só carro e moto. Tem que desafogar a nossa cidade. O ano de 2014 vai ser o ano da bike. E a bicicleta elétrica, no Sul, vai dar uma alavancada agora. Estou apostando bastante neste segmento — acredita Maria Rosinete.
E para quem acredita que não será possível a convivência harmoniosa entre as comuns e as elétricas pelas ciclovias da cidade, o empresário Vitor Marega Mörschbächer lembra uma regra de ouro que vale para qualquer atividade:
— Tudo é uma questão de educação. Assim como tem o mau motorista, tem o mau ciclista. Se cada um respeitar o seu limite, a coisa vai andar bem mais.

COMO É
Características da bicicleta elétrica
- O preço varia de R$ 2,5 mil a R$ 6,7 mil
- Dois tipos de bateria: a de chumbo, mais pesada, e a de lítio, que dura mais. O tempo médio de duração da bateria é de dois a três anos.
- Peso varia de 25 a 34 quilos, dependendo da bateria utilizada.
- Autonomia de até 40 quilômetros rodados por cada carga. Quanto mais potente o motor, menor será a autonomia. A duração da carga também pode variar de acordo com o terreno e o peso do ciclista.
- O tempo para fazer a recarga varia de quatro a seis horas. O ideal é não esperar esgotar a carga e recarregá-la pelo menos uma vez por semana, mesmo que o usuário não a utilize com frequência.
- Conforme regulamentação do Contran, a velocidade máxima permitida é de 6 km/h em área de circulação de pedestres e de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.
- Não é permitido usar acelerador no guidão: o motor só pode funcionar por meio do pedal.

O CUSTO DA ADAPTAÇÃO
Itens para adequar a bike elétrica às novas regras
- Indicador de velocidade: R$ 45 a R$ 500
- Campainha: a partir de R$ 9
- Sinalização noturna dianteira, traseira e lateral: R$ 25 cada
- Espelhos retrovisores em ambos os lados: R$ 15 a R$ 30
- Capacete: R$ 45 a R$ 130
- Adaptação no guidão para impedir o uso do acelerador na mão e usar a assistência do motor só por meio do pedal: R$ 230 a R$ 250

VANTAGENS
- Não polui o meio ambiente.
- Não gera ruído.
- O custo, de R$ 0,01 por quilômetro rodado, é menor em relação a outros meios de transporte.
- O uso do pedal assistido também permite fazer atividade física.
- Alivia o trânsito, já que serve como meio de transporte.

DESVANTAGENS
- O preço ainda é alto. Apesar do quadro, do freio e do guidão serem de fabricação nacional, todos os componentes da parte elétrica são importados.
- A manutenção é cara em função da pequena escala, já que ainda há poucos consumidores.
Fontes: Contran, Maria Rosinete Pereira e Vitor Marega Mörschbächer (Cia do Ciclista)
Fonte: Zero Hora

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