sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Limite de velocidade será revisto nas rodovias federais do RS


1Usuários das rodovias reclamam dos atuais limites de velocidade nas rodovias - Foto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS
Usuários das rodovias reclamam dos atuais limites de velocidade nas rodovias – Foto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS
O limite de velocidade será revisto nas rodovias federais do Rio Grande do Sul. A partir de terça-feira (30), técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) vão avaliar a possibilidade.
Porém, a preocupação é que o aumento do limite possa trazer um maior número de mortes nas rodovias federais. Não há uma previsão de quando e quais rodovias federais sofrerão alteração no limite, mas as discussões irão avaliar as condições geométricas de cada uma. Cabe ao Dnit tomar a decisão de rever a velocidade máxima adotada nas BRs.
As discussões serão feitas a pedido da Polícia Rodoviária Federal, que fez um estudo de acidentalidade ao implantar a fiscalização de radares múltiplos nas rodovias. A ideia é identificar pontos que poderão ter limite de velocidade modificado.
- Fizemos um levantamento dos pontos mais problemáticos para embasar a Operação Hermes. Baseado nisso vamos discutir com os engenheiros do Dnit pensando na possibilidade de alterar o limite de velocidade nas vias federais gaúchas – informa o o chefe de Comunicação Social da PRF no Rio Grande do Sul, Alessandro Castro.
Para o doutor em Sistemas de Transportes e Logística, engenheiro João Fortini Albano, não se pode fugir dessa realidade. Segundo ele, existem rodovias quetem condições de receber uma velocidade maior. Porém, Albano sugere:
- Uma recomendação que eu poderia fazer é que esses trechos não sejam muito curtos para não ocorrer oscilação muito grande de velocidade – avalia o engenheiro.
Um exemplo é para quem viaja na Freeway, onde o limite é de 110 km/h. Ao ingressar na BR-101, a velocidade máxima cai para 100 km/h. Ao ingressar em Santa Catarina, a velocidade máxima na BR-101 volta a ser de 110km/h.
Fonte: Clickrbs

sábado, 20 de setembro de 2014

Radar noturno amplia autuações no Rio Grande do Sul


Novos equipamentos têm sido eficientes para coibir a velocidade excessiva em rodovias e perímetros urbanos

PRF dispõe de 16 novos radares que captam imagens à noite<br /><b>Crédito: </b> Divulgação / PRF / CP
PRF dispõe de 16 novos radares que captam imagens à noite
Crédito: Divulgação / PRF / CP
Por Karina Reif

A tecnologia dos novos radares utilizados tanto nas estradas, como no perímetro urbano de algumas cidades tem feito crescer vertiginosamente as autuações por excesso de velocidade no Rio Grande do Sul. Desde fevereiro, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) opera com 30 equipamentos com mais alcance e memória do que os utilizados até janeiro. O grande diferencial é a possibilidade de flagrar irregularidades mesmo durante a noite. De março até o final de agosto, os aparelhos emitiram 1.574 autuações somente no período noturno de um total de 155 mil, enquanto que, no mesmo período do ano passado, foram 22 mil infrações detectadas por radar a luz do dia e nenhuma depois de o sol se pôr.

Anteriormente não tínhamos como fiscalizar a velocidade à noite, porque a tecnologia não permitia”, explicou o comandante do CRBM, coronel Fernando Alberto Grillo Moreira. “No ano passado, tínhamos poucos radares e eles eram muito inferiores aos que dispomos hoje. Além disso, não captavam à longa distância”, afirma o chefe de Operações e Treinamento do CRBM, Roberto dos Santos Donato. Conforme ele, há uma média mensal de 4 mil autuações por posto policial. “Já distribuímos os radares para os locais de maior incidência de acidentes e também de maior volume de tráfego”, informou.

O que mais motiva multas no Rio Grande do Sul é o excesso de velocidade. De janeiro a julho, o Detran/RS computou 618.994 infrações por esse artigo. Já no mesmo período do ano passado, foram 603.499. O aumento chegou a 2,6%.

O chefe de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, alerta para o risco da alta velocidade. Ele afirma que é a principal causa para acidentes. Desde dezembro, a PRF utiliza 16 novos equipamentos que permitem fotografar à noite. O órgão tem realizado a Operação Hermes, que consiste na colocação de dois radares em sequência para flagrar quem volta a acelerar depois de passar pelo primeiro equipamento, para intensificar a fiscalização.

Em uma das edições, em agosto, 7,13 mil veículos foram flagrados transitando acima da velocidade. Um deles estava a 168 quilômetros por hora na BR 290, em Rosário do Sul. A multa é de R$ 574 e os condutores respondem a processo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação. Segundo Castro, não há perfil de condutor que corre além do permitido nem horário para ultrapassar o limite. “O que tem é comportamento abusivo de alguns motoristas”, explica.

A PRF divulgou que, em apenas 30 dias, houve aumento de 150% no número de autuações e 10% de redução no total de mortes. Entre 18 de agosto a 14 de setembro foram 34,4 mil autuações. Em igual período de 2013 foram 13,7 mil.

Na Capital, 11,3 mil foram autuados

A aquisição de quatro novos radares no ano passado, na Capital, qualificou a abordagem. Eles passaram a ser usados com mais frequência em 15 de julho deste ano e, desde lá, mais de 11,3 mil autuações por excesso de velocidade já foram geradas. O coordenador-geral de Fiscalização de Porto Alegre, João Carlos Ferraz, avalia que a diminuição de acidentes no período tenha sido reflexo da melhora da fiscalização. Ele explica que os equipamentos são capazes de multar tanto motocicletas, como carros na mesma operação, o que não era possível com a tecnologia antiga. Além de serem usados em operações, os aparelhos auxiliam abordagens o dia inteiro.

Antes do reforço, no primeiro semestre do ano, a média de autuações em Porto Alegre foi de 0,29 para cada veículo. O resultado colocou a cidade como a capital brasileira com menos multas no trânsito. Goiânia ficou no topo do ranking com a média de 0,77, seguida por São Paulo (0,69) e Rio de Janeiro (0,60). Os dados são dos órgãos regionais de trânsito.

Para o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, o resultado se deve ao trabalho de fiscalização nas ruas e à presença dos agentes com equipamentos eletrônicos em pontos estratégicos. Afirma que as cerca de 400 atividades anuais de educação também contribuíram para a colaboração dos motoristas. Segundo ele, houve igualmente apoio do Detran/RS, no Balada Segura, e da Brigada Militar, nas blitze; “Há queda gradual da acidentalidade no trânsito de Porto Alegre, mesmo com aumento da frota”, ressalta. O número de veículos na Capital era de 817.386 em junho deste ano. 


Fonte: Correio do Povo

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Acidentes de trânsito matam 43 pedestres por dia no Brasil


Motociclistas foram os que mais buscaram auxílio do seguro Dpvat no primeiro semestre

Acidentes de trânsito matam 43 pedestres por dia no Brasil<br /><b>Crédito: </b> André Avila / CP Memória
Acidentes de trânsito matam 43 pedestres por dia no Brasil
Crédito: André Avila / CP Memória
Parte mais frágil do trânsito, o pedestre foi o segundo tipo de vítima que mais pediu indenizações do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat) no primeiro semestre de 2014, depois dos motociclistas. De acordo com levantamento da Seguradora Líder-Dpvat, uma média diária de 370 pedestres se envolveram em acidentes de trânsito, entre os que pediram indenização por morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas.

Foram pagas 7.806 indenizações por morte de pedestre, uma média de 43 óbitos por dia, o que corresponde a 31% dos pagamentos por morte no período. Nos casos de invalidez permanente, foram mais de 50 mil indenizações para pedestres, 20% do total de casos desse tipo que acionaram o Dpvat.

O levantamento foi feito para alertar a sociedade sobre os perigos que o pedestre corre no trânsito, dentro da campanha da Semana Nacional do Trânsito, que começou nesta quinta-feira. A seguradora lançou a campanha "Viver seguro no trânsito", com informações e dicas sobre convivência pacífica. Também foi feito um vídeo com alunos de autoescola, no qual os professores simulam ensinar absurdos no trânsito. O material pode ser visto no site.

O diretor de Relações Institucionais da Seguradora Líder-Dpvat, Marcio Norton, lembra que as campanhas costumam focar no motociclista, que continua sendo a principal vítima do trânsito, mas este ano a ideia é lembrar que todo mundo é pedestre em algum momento. “A gente tem chamado a atenção também que todos somos pedestres. Então, é para ter mais respeito com o pedestre, mais atenção, e também lembrar ao pedestre de se preocupar em atravessar na faixa, olhar para os dois lados, não ficar falando no celular, não se distrair. É criar uma reflexão”, disse ele.

Pesquisa começará a distinguir ciclistas

As estatísticas do Dpvat incluem os ciclistas junto com os pedestres, mas, de acordo com Norton, a seguradora já começou a separar os dois tipos de vítima. “Nós já começamos a fazer o levantamento. A gente cadastra várias informações, sexo, horário de acidente, faixa etária, tipo de veículo, se é motorista, passageiro ou pedestre. Mas como pedestre entra todo mundo que não estava no veículo automotor. A bicicleta ficou junto com o pedestre, mas vamos começar a medir agora, ainda é muito pouco, não tem massa crítica, o ciclista não é muito não”, comentou.

Para requerer o seguro, é preciso registrar um boletim de ocorrência na polícia e procurar os postos de atendimento das seguradoras, sindicatos dos corretores de seguros ou uma agência dos Correios. Os locais podem ser consultados no site do seguro Dpvat. O benefício por morte tem o valor de R$ 13,5 mil e a indenização por invalidez permanente é de até R$ 13,5 mil. O Dpvat não discute culpa do acidente, e o valor é pago em até 30 dias após a entrega dos documentos. A vítima de acidente de trânsito ou parente da vítima tem prazo de três anos para fazer o pedido, mas, de acordo com o diretor, os pedidos têm chegado com média de 90 dias. 


Fonte: Agência Brasil/Correio do Povo

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Campanha da Viagem Segura mostra acidente sem cinto de segurança


Campanha da Viagem Segura mostra acidente sem cinto de segurança
Filme será veiculado no telão da Arena do Grêmio, durante o jogo contra o Santos - Foto: Arquivo Detran/RS
A partir desta quinta-feira (18), data em que se inicia a Semana Nacional de Trânsito e o feriado Farroupilha, estará no ar o terceiro filme da Viagem Segura, operação que reúne PRF, Brigada Militar, CRBM, Polícia Civil, Detran/RS e municípios para a prevenção de acidentes nos feriados. Depois de abordar a questão do excesso de velocidade e ultrapassagem proibida, a campanha agora enfoca a importância do uso do cinto de segurança por todos os ocupantes do veículo, inclusive no banco de trás.
Criado pela agência Morya e produzido pela Zeppelin Filmes sobre briefing do Detran/RS, o filme será veiculado nas principais redes de televisão aberta. Também estará no telão da Arena do Grêmio, durante o jogo contra o Santos desta quinta-feira (18).
O novo filme segue a linha das peças já veiculadas anteriormente, nos feriados de Páscoa e Dia do Trabalho, dois dos mais violentos do ano. A ideia principal da campanha é que não é possível burlar as leis da Física, mas sim fazer escolhas inteligentes e seguras no trânsito. O tom do VT é de impacto, mostrando uma criança sendo projetada durante um acidente através do vidro dianteiro do veículo, diante do olhar dos pais, estes sim protegidos pelos respectivos cintos.
Campanhas mais realistas, que mostram com maior crueza os resultados dos acidentes de trânsito, assim como a simplicidade das atitudes que os evitam, são uma tendência internacional, inclusive em países que registram redução na acidentalidade a partir da aposta nesse estilo de comunicação, caso da Austrália.
Na sequência do filme sobre cinto de segurança, o Detran/RS apresentará mais duas peças até o final do ano, sempre durante os períodos de realização da Operação Viagem Segura. Os novos VTs tratarão de distância segura entre veículos e do uso de iluminação adequada, garantindo boa visibilidade no trânsito. Juntos, os cinco filmes contemplam as maiores causas de acidentalidade fatal nas rodovias.
Pesquisa
Uma pesquisa encomendada pelo Detran/RS para avaliar o impacto da campanha educativa da Viagem Segura apontou que 84% considera que os vídeos que mostram cenas de acidentes são mais eficientes para conscientizar o motorista. O filme do cinto de segurança, que vai ao ar nesse feriado de Farroupilha foi considerado o mais impactante dos cinco, com quase 96% dos entrevistados afirmando que os fez refletir sobre seu comportamento.

Câmara de Vereadores revoga a exigência dos 30 segundos para sinaleiras da Capital


Foram 21 votos favoráveis e quatro contrários à proposta

Câmara de Vereadores revoga a exigência dos 30 segundos para sinaleiras da Capital<br /><b>Crédito: </b> André Ávila / CP Memória
Câmara de Vereadores revoga a exigência dos 30 segundos para sinaleiras da Capital
Crédito: André Ávila / CP Memória

Com informações do repórter Samuel Vettori, da Rádio Guaíba

Após um teste realizado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), em abril deste ano e da Prefeitura perder o prazo para vetar o projeto que alterava o tempo das sinaleiras de pedestres na Capital para 30 segundos, a Câmara de Vereadores da Capital revogou nesta quarta-feira o projeto do vereador Nereu D‘Avila (PDT), que altera o Estatuto do Pedestre. Foram 21 votos favoráveis e quatro contrários à proposta que acaba com a exigência de tempo mínimo de 30 segundos para travessia em sinaleiras de pedestres e com a obrigatoriedade de construção das passarelas em avenidas com mais de duas pistas de rolamento.

De acordo com o vereador, a legislação atual já garante a segurança do pedestre, já que prevê “sinalização com tempo suficiente para permitir a travessia”. Quanto às passarelas, explicou que a execução da medida exige custo elevado e redução no passeio público para que rampas de acesso sejam criadas a fim de garantir acessibilidade universal.

O prefeito da Capital havia vetado a norma criada na Câmara exigindo o tempo mínimo, mas o veto foi encaminhado ao Legislativo depois do prazo limite, o que acarretou na promulgação do texto, fazendo valer a regra.

Um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público (MP) para apurar o suposto descumprimento da lei que estabelece tempo mínimo para a travessia de pedestres. Com a revogação da norma, o objeto de apuração passa a ser a necessidade ou não de ampliar o tempo de sinal verde para pedestres em sinaleiras da Capital.

• Teste das sinaleiras provoca caos e EPTC considera impacto negativo
• Prefeitura perde prazo de veto e sinaleiras voltarão a ficar em 30s na Capital
• Tempo de 30 segundos para sinaleiras passará por análise jurídica

Nereu observa que em 29 de abril de 2014 a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) realizou teste implementando, em algumas sinaleiras da Capital, os 30 segundos mínimos para pedestres sendo que, como resultado da análise do impacto da adoção da medida de forma geral, foram registradas mais de 600 reclamações pelos fones 156 e 118, relativas às ocorrências de trânsito e aos atrasos nas linhas de ônibus, lotações e táxis. "É importante compreender que o sistema semafórico se constitui de redes de sincronismo, que, ajustadas entre elas, gerenciam a mobilidade dos diferentes modais de trânsito. Dessa forma, os conjuntos semafóricos funcionam em rede e não de forma isolada, não podendo ser assim considerados."

Quanto às passarelas, o autor do projeto explica que a execução de tal medida deveria observar rampas de acesso para pessoas com deficiência física, as quais, logicamente, tendem a utilizar considerável área do passeio público, que, conforme regramento vigente, já deve observar uma faixa de 1,50m.

Conforme Nereu, nesse formato, a implementação pretendida, além de demandar investimento financeiro elevado, suprimiria considerável área do passeio público e das ciclovias existentes, demandando o remanejamento de redes elétricas. "Deve-se atentar para a necessidade de, na construção de passarelas, se observar uma declividade máxima de 8%, o que implica a necessidade de rampas de acesso com extensão mínima ou, ainda, inviáveis em face do espaço físico existente em diversas vias e passeios públicos."


Fonte: Correio do Povo e Rádio Guaíba

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Operação com múltiplos radares aumenta em 150% flagras por excesso de velocidade

Balanço do primeiro mês da operação foi 

divulgado nesta terça-feira (16)


Galeria de imagens

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Balanço da Operação Hermes foi divulgado nesta terça-feira (16)
Foto: Divulgação / Polícia Rodoviária Federal

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou nesta terça-feira (16) 
o balanço do primeiro mês da Operação Hermes. A ação consiste 
na utilização de múltiplos radares fotográficos em trechos das 
rodovias federais gaúchas em que ocorrem os acidentes mais graves. 
A operação iniciou no dia 18 de agosto.
Segundo a PRF, nas quatro primeiras semanas, o número de 
autuações por excesso de velocidade aumentou 150%. Em 2013,
foram 13.736 autuações, contra 34.426 neste ano, no período de
18 de agosto a 14 de setembro.
O total de acidentes diminuiu quase 15%, enquanto o número de
feridos reduziu 22%. O primeiro mês da Operação Hermes também
reduziu em 10% o número de mortes em acidentes nas rodovias
federais do Estado.
Operação Hermes
A Operação Hermes prevê o uso de múltiplos radares fotográficos
em trechos específicos das rodovias federais gaúchas. O objetivo é
coibir a prática de alguns motoristas que reduzem a velocidade
apenas quando observam um radar e voltam a acelerar quando
ultrapassam a fiscalização.
Fonte: Rádio Gaúcha

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

38% das mortes por atropelamento são causadas por ônibus na Capital


Dados consolidados de 2013 mostram participação expressiva de coletivos em fatalidades — só neste mês, duas pessoas foram vítimas

38% das mortes por atropelamento são causadas por ônibus na Capital Lauro Alves/Agencia RBS
A vítima estava acompanhada da filha e do sobrinhoFoto: Lauro Alves / Agencia RBS
sinal estava amarelo quando Fátima dos Santos, 52 anos, a filha e o sobrinho decidiram atravessar a Avenida João Pessoa, em Porto Alegre. Mesmo na faixa de segurança, o trio acabou atropelado por um ônibus. Fátima morreu no local, a filha ficou ferida e o sobrinho quebrou a clavícula. 

O acidente, que aconteceu no feriado de 7 de setembro, foi seguido por um caso semelhante. Quatro dias depois, outro pedestre morreu atropelado por um coletivo na Capital. As ocorrências deste mês serão somadas a uma estatística alarmante: coletivos têm alta participação nas mortes de pedestres.
Em 2013, ônibus e lotações foram responsáveis por 38% dos atropelamentos com morte em Porto Alegre. Neste ano, até julho, sete pessoas morreram atropeladas por coletivos na capital gaúcha — o que diminui o percentual para 22%.
Os dados preliminares de 2014 sugerem redução: entre janeiro e julho de 2013, haviam sido 12 mortes, contra as sete atuais. Porém, não contabilizam as mortes mais recentes. Ainda assim, o percentual na Capital supera o de São Paulo, onde os veículos de transporte coletivo causaram 20% das mortes por atropelamento no último ano.

Acidentes matam 10 pessoas nas rodovias gaúchas no final de semanaPedestre morre atropelado na BR-290, em Porto Alegre
Nos últimos anos, a curva vem sendo de crescimento. Dados da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) mostram que as mortes por atropelamento causadas por ônibus e lotações em Porto Alegre quase dobraram entre 2011 e 2013, passando de 11 para 19.
No período, 149 pessoas perderam a vida vítimas de atropelamento em Porto Alegre, 45 delas devido a ocorrências com ônibus, o que representa 30% do total. Em São Paulo, onde 1.387 pessoas morreram atropeladas nos últimos três anos, 296 mortes foram causadas por coletivos, 21% do total de ocorrências.
Conforme o secretário de Mobilidade Urbana e diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, a maioria dos atropelamentos com morte causados por ônibus é registrada fora dos corredores destinados aos veículos.

— Entre as ocorrências que acontecem nos corredores, analisamos que a maioria ocorre dentro das estações de embarque e desembarque, onde a possibilidade de manobra do motorista é restrita. Ou ele joga o ônibus para a estação, podendo causar danos a outros pedestres, ou para o muro — comenta Cappellari.

O coordenador do setor de Educação para o Trânsito da EPTC, Juranês Castro, afirma que o comportamento de risco de alguns pedestres contribui para o crescimento dos atropelamentos. Segundo ele, há pessoas que atravessam fora das faixas de segurança e não aguardam o sinal de permitida a travessia.

— Conforme o levantamento do grupo de estudos de acidentes da EPTC, cada vez mais é apontado o uso de medicamentos que alteram as capacidades psicomotoras pelos envolvidos nas ocorrências, o que seria outro fator de risco. Um simples medicamento para dor de cabeça, que pode causar sonolência, altera nossa capacidade de atenção no trânsito. Usar fones de ouvido também aumenta a distração — explica o coordenador.

Para que os atropelamentos por veículos coletivos diminuam em Porto Alegre, a EPTC participa da implantação de programas de redução de acidentes nas empresas de transporte, e pretende intensificar o trabalho de direção defensiva fora dos corredores de ônibus, além de seguir com a fiscalização da velocidade.
Fonte: Zero Hora

domingo, 14 de setembro de 2014

Aprenda a transportar seu pet com segurança


Equipamentos de segurança não são obrigatórios, mas podem evitar que o animal de estimação se machuque


Aprenda a transportar seu pet com segurança Diego Vara/Agencia RBS
Foto: Diego Vara / Agencia RBS
O cinto de segurança que prendia Mike, um pug de um ano e três meses, o salvou de possíveis fraturas depois que sua dona, a comerciária Diana Ramos, 25 anos, capotou o carro que dirigia em Florianópolis, em Santa Catarina, no domingo. Embora autoridades fiscalizadoras defendam o uso de equipamentos de segurança para o transporte de animais de estimação, a legislação de trânsito brasileira não prevê, para os motoristas, a obrigatoriedade destes cuidados com os pets.
— Não existem leis para isto. A gente recomenda que os animais sejam carregados dentro de uma caixa apropriada. Eles são imprevisíveis. Podem pular do carro, caso a janela esteja aberta, ou atrapalhar o motorista — explica o assessor da gerência de fiscalização da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Daniel Denardi.
Os únicos artigos que tratam do transporte de animais no Código de Trânsito Brasileiro proíbem apenas que os motoristas carreguem pets no colo ou na parte externa do veículo — como em caçambas de camionete, por exemplo. No primeiro caso, a multa aplicada é de R$ 85,13, além de quatro pontos na carteira de habilitação. No segundo, o condutor tem de pagar R$ 127,69 e recebe cinco pontos no documento.
No mercado pet, o equipamento mais básico e barato é o cinto de segurança, que deve ser preso à coleira ou peiteira do animal e fixado no próprio engate entre os bancos do carro. O acessório, o mesmo utilizado por Mike no acidente do final de semana, custa de R$ 30 a R$ 45, em média.
— Se o animal estiver solto dentro do carro numa frenagem, pode ser lançado para fora e vir a óbito. Dentro do veículo, pode sofrer fraturas e cortes com o impacto— salienta a veterinária Carine Deresi.
Há outros acessórios que também podem auxiliar na segurança do pet na hora do transporte. As opções variam entre caixas e até bolsas protetoras que se parecem com cadeirinhas de bebê — as duas têm de ser presas ao banco com o cinto do carro. Na hora da compra, vale levar em consideração o tamanho do animal de estimação.
— Para os gatos, que se agitam com mais facilidade e entram em baixo dos bancos, é recomendado que sejam presos nas caixas transportadoras — afirma Marione Pinheiro, empresária e sócia da petshop Mundo Animal.
Veja as opções mais utilizadas:
Raças de grande porte: 
As caixas transportadoras são ideais para os donos que têm camionetes e cães grandes _ labrador, dálmata e boxer, por exemplo. Como os animais não podem ser transportados soltos na caçamba, a caixa garante a segurança deles. Preço: de R$ 500 a R$ 1 mil.
Raças de médio e pequeno porte: 
Para os cães que não resistem às janelas dos carros, as bolsas protetoras são uma boa alternativa. Ajustadas à altura do vidro, permite que os pets fiquem mais à vontade, mas continuem seguros. Preço: de R$ 160 a R$ 230.
Todos os tamanhos Cintos de segurança também protegem os cães de todos os tamanhos. Preço: entre R$ 30 e R$ 45.
Gatos 
Para gatos, é recomendado o uso de caixas de transporte pequenas. Preço: de R$ 160 a R$ 300
O que a legislação diz:
— Não há leis sobre equipamentos de segurança no transporte de animais de estimação dentro do carro.
— O Código de Trânsito Brasileiro proíbe apenas que o motorista carregue o pet no colo (multa de R$ 85,13 e quatro pontos na habilitação).
— Também não é permitido transportar animais em caçambas de camionetes (multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira)
Fonte: Zero Hora

sábado, 13 de setembro de 2014

Mortes de pedestres ocorrem mais à noite


Mortes de pedestres ocorrem mais à noite e nos finais de semana
Segurança do pedestre é o tema da Semana Nacional de Trânsito 2014 - Foto: Claudio Fachel_Palacio Piratini
Para incentivar o debate nesta Semana Nacional de Trânsito, que tem como tema Cidade para as pessoas: proteção e prioridade ao pedestre, o Detran/RS realizou um levantamento sobre acidentalidade envolvendo pedestres no Rio Grande do Sul. O estudo analisou todos os acidentes com morte envolvendo pedestres entre 2007 a 2013, apontando que as mortes de pedestres no RS ocorrem mais à noite. Nesses sete anos, 2.936 pedestres morreram em acidentes de trânsito no Estado, cerca de 21% do total de 13.968 vítimas fatais no período.
Embora o número venha caindo nos últimos anos, ainda assim foram 412 pedestres mortos no Rio Grande do Sul em 2011, 404 em 2012 e 394 no ano passado. O percentual dos atropelamentos sobre o total de acidentes também vem reduzindo, com algumas oscilações. Em 2007, atropelamentos foram 26% dos acidentes com morte que ocorreram no RS. Esse percentual passou para 24% em 2010 e para 22% em 2013.
Cerca de 70% das mortes de pedestres aconteceram nos dias de semana e 46% à noite. O percentual de mortes de pedestres é menor, em relação à distribuição geral de vítimas, nos finais de semana e nos turnos na manhã, tarde e madrugada: 23% das mortes de pedestres acontecem à tarde, 19% pela manhã e 11% no turno da madrugada. A distribuição para o conjunto das vítimas de trânsito, incluindo também os outros usuários, é de 22% pela manhã, 24% à tarde e 18% durante a madrugada.
Como seria de se esperar, dada a quantidade de pedestres circulando no meio urbano, a maioria das vítimas (55%) perdeu a vida em vias municipais. O percentual entre o total de vítimas fatais é de 40% dentro das cidades.
Idosos
Embora as vítimas fatais com mais de 65 anos tenham representado 12% do total de mortos no trânsito, quando se analisa somente os atropelamentos, o percentual de idosos sobe para 30%. As mulheres que morreram em atropelamentos também representam uma fatia maior do total de vítimas: elas foram 32% dos pedestres mortos, enquanto representaram 21% do total de mortes causadas por todos os tipos de acidentes de trânsito (incluindo os atropelamentos).
Locais de risco
Um grupo de 14 municípios gaúchos concentraram 50% do total de atropelamentos com morte no RS de 2007 a 2013. Seja pelo tamanho da frota e da população, seja pela presença de rodovias, nessas localidades morreram 1.466 dos 2.938 pedestres atropelados no período. Porto Alegre, Caxias, Pelotas, Viamão, Gravataí, São Leopoldo, Santa Maria, Novo Hamburgo, Rio Grande, Canoas, Passo Fundo, Sapucaia do Sul, Lajeado e Erechim são os municípios que registraram o maior número de mortes de pedestres.
A RS040, em Viamão, concentrou o maior número de mortes por atropelamento (64), seguida pela BR290, em Porto Alegre (36), e pelo trecho da BR116, em São Leopoldo (36). As avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil e Protásio Alves, em Porto Alegre, foram as vias municipais com maior número de mortes de pedestres. Nesses locais morreram, nos últimos seis anos, 77 pedestres. Doze logradouros de oito municípios, incluindo rodovias e vias municipais, agruparam 11% do total de atropelamentos com morte nesse período.
Campanha
Preocupado com esses números, o Detran/RS lança uma campanha nessa Semana Nacional do Trânsito para falar com o pedestre, especialmente as pessoas com mais idade, que são a maioria das vítimas de atropelamento no Estado.  A Autarquia quer mostrar para o pedestre que ele tem um papel ativo no trânsito. Por ser mais frágil, ele deve ser cuidado pelos motoristas, mas também é um protagonista de sua segurança.
 As dicas valem para todos, já que em algum momento do dia, mesmo quem se desloca de carro ou moto na maior parte do tempo, tem seu momento de pedestre. Além do uso da faixa de segurança, o Detran/RS relembra a primeira lição aprendida no trânsito: olhar para os dois lados, e também recomenda atravessar em linha reta, posicionar-se em lugar adequado para a travessia, onde possa ver e ser visto, e evitar comportamentos muito comuns hoje em dia, como o uso fones de ouvido e desmartphones.
Fonte: Detran/RS

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Reprovação no exame para carteira de motorista é a maior em cinco anos


No primeiro semestre, quase 65% dos candidatos a tirar habilitação na categoria B não passaram no teste


Reprovação no exame para carteira de motorista é a maior em cinco anos Tadeu Vilani/Agencia RBS
Utilização dos simuladores de direção nas aulas ainda não deu resultado no índice de aprovaçãoFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
índice de reprovação para os candidatos a motorista no Estado é o maior dos últimos cinco anos — período que consta na base de dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS). No primeiro semestre de 2014, 64,8% dos que fizeram o teste prático de direção na categoria B (carros) rodaram. Na comparação com 2009, representa um aumento de quase 10 pontos percentuais.

Entre as mulheres, o índice foi ainda mais alto até junho: 72,5% das candidatas rodaram no exame prático. Já os homens foram reprovados em pouco mais da metade dos testes, 51,8%.

Obrigatórios nas aulas de direção desde o início de 2014, os simuladores de direção ainda não mostraram resultado. O diretor institucional do Detran-RS, Adelto Rohr, lembra que seu uso só foi massificado a partir de maio, após reviravoltas de disputas judiciais.

— Acredito que veremos o resultado nos próximos meses. Os equipamentos serão capazes de melhorar a qualidade das aulas e de dar ao aluno, na hora das aulas práticas e da prova, muito mais segurança — aposta Rohr.

Pela lei, os alunos devem ter cinco aulas com o equipamento, que cria situações reais de momentos críticos em um cenário virtual, para depois passar para as 20 horas de aula prática com o veículos pela cidade. O novo processo temaumentado tanto o tempo médio para tirar a carteira de motorista (que passou de quatro para cinco meses) quanto o preço final (que foi acrescido de cerca de 15% no valor final).

Presidente do sindicato dos Centros de Formação de Condutores (CFCs), Edson Luis da Cunha, tem uma visão um pouco diferente dos impactos do novo equipamento. Para ele, a utilização dos simulares não reflete diretamente na aprovação dos alunos, mas tem potencial de qualificar o condutor que vai ocupar as ruas.

— Percebemos que há uma relação entre as infrações cometidas no simulador pelo condutor e a que ele vai praticar na rua. Como o simulador possibilita quantificar os erros, o instrutor vai para a aula prática mais preparado para corrigir as maiores deficiências daquele aluno — afirma Cunha.


Na avaliação do presidente do SindiCFC, a queda ano a ano do índice de aprovação da prova prática está atrelada a um conjunto de itens, como uma maior rigidez das provas e a própria renovação da equipe de examinadores. Além disso, aponta o "baixo custo da prova prática" como um dos catalisadores na hora de decidir fazer a prova — o valor final para tirar a CNH, atualmente, está em R$ 1.532,33 na categoria B.

— Como o preço é baixo, o aluno acaba arriscando mais e faz a prova sem estar preparado, consequentemente acaba rodando e aumento o índice de reprovação — supõe Cunha.

Diretor do departamento de Segurança Pública e Trânsito do Instituto dos Advogados (IARGS), André Luís Moura, concorda que a rigidez aumentou nos últimos anos, mas acredita que ela deveria ser ainda mais severa, tanto por parte dos CFCc, quanto do Detran e da sociedade como um todo.

— Seis condutores morrem por dia no Rio Grande do Sul. Se quem faz o trânsito é o condutor, tem alguma coisa errada aí, certo? — questiona Moura.

— Existe um certo relaxamento de quem instrui e de quem está fazendo a prova. Todos querem tirar alguma vantagem, burlar alguma etapa. Mas, no fim, o resultado aparece _ sugere o especialista.


Para o diretor do Detran, o fator psicológico é determinante na hora da prova. Ele aponta duas mudanças na legislação — em 2011, que criou novas regras para a profissão de examinador, e em 2013, com a obrigatoriedade dos simuladores — que teriam impactado em mais pressão no momento do teste. 

— Após essas mudanças a queda foi maior. O aluno sabe disso e acaba indo mais assustado para a prova, achando que vão cobrar coisas diferentes do que lhe foi ensinado, quando na verdade não — afirma Rohr.


Novas mudanças a caminho
Um projeto inovador prometido desde 2012, que deveria qualificar os exames práticos de direção no Estado, começa a sair do papel. A tríade — identificação dos alunos por biometria, gravação das aulas práticas e digitalização dos resultados das provas — ainda não tem data para estar 100% operando, mas começou a ser experimentada em maio deste ano.

De acordo com Rohr, como a licitação do projeto ficou deserta (sem interessados), ele foi desmembrado em três partes e está sendo tocado aos poucos.

— Já estamos testando a execução das provas com uso de tablets, o que deve acelerar os resultados e facilitar as consultas. Na sequência, vamos executar a biometria e depois a gravação em vídeo. Não posso dar prazos, porque dependemos das empresas e dos testes darem certo — esclarece. 

A iniciativa tem como objetivo dar transparência total ao processo. Além de padronizar os procedimentos dos examinadores e evitar fraudes, possibilitará ao candidato que entre com recurso em caso de discordância com o resultado.
Fonte: Zero Hora

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Campanha sobre respeito à faixa de segurança foi esquecida em Porto Alegre

Com queda nas multas, fim do site e das ações de conscientização, EPTC diz que faz ações pontuais, mas pedestres abandonaram o sinal para fazer carros pararem



Campanha sobre respeito à faixa de segurança foi esquecida em Porto Alegre Ricardo Duarte/Agencia RBS
"Mãozinha" foi pintada perto de algumas faixas de segurança de Porto AlegreFoto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
Você se lembra do "sinal da mãozinha"? Em 2009, a prefeitura de Porto Alegre lançou a Campanha do Novo Sinal, para pôr fim ao desrespeito generalizado à faixa de segurança. Bastaria estender a mão para atravessar em faixas de segurança onde não há semáforo.
Cinco anos depois, a EPTC deixou de lado as campanhas publicitárias e os adesivos distribuídos para os carros. O hotsite que ajudava na conscientização saiu do ar. O número de multas caiu, mas a vida dos pedestres — que abandonaram o sinal — segue difícil.
Em apenas duas horas, na última sexta-feira, a reportagem foi testemunha de dezenas de infrações na região central de Porto Alegre. Nem quase em frente a um prédio da EPTC, na Rua Alcides de Oliveira Gomes, perto da esquina com a Avenida Erico Verissimo, os motoristas respeitam a faixa: diminuir a velocidade ou aguardar o pedestre concluir a travessia é ato raro.

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Quem anda a pé, muitas vezes, também ignora a faixa. Na esquina da Rua Ramiro Barcelos com a Ipiranga, quase a metade dos pedestres atravessava perto da esquina, desrespeitando o Código de Trânsito Brasileiro (é obrigatório atravessar a rua na faixa se ela estiver a menos de 50 metros, como era o caso no local).
Mesmo assim, seguir a lei é difícil, como comprova, na foto abaixo, a arquiteta Luciana Hettwer, 30 anos. Para atravessar a Avenida Getúlio Vargas, esquina com a Rua Barbedo, desviou de um carro parado sobre a faixa e depois sinalizou para completar a travessia. O motorista que ingressava na Barbedo não lhe deu vez.

 
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS 

Quem caminha pela cidade deixou a mãozinha de lado pela falta de reforço do poder público. O espanhol Gonzalo Duran, 50 anos, oito deles vivendo no Brasil, membro de um grupo no Facebook chamado Ativismo Pedestre, é defensor da ideia:
— As pessoas não interiorizaram o uso da mãozinha. A campanha é um fracasso. Eu uso a mão, e funciona. Como o pedestre fica escanteado, ele faz travessias erradas. Não usa a mão ou o braço porque é cada um por si — analisa, defendendo uma postura mais ativa dos pedestres.

Veículos passam sobre a faixa sem aguardar que o pedestre conclua a travessia, em frente à EPTC
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS 
Em entrevista a Zero Hora em 2011, quando a Campanha do Novo Sinal completou dois anos, Vanderlei Cappellari, diretor-presidente do órgão, afirmou que o órgão havia intensificado, desde 2010, as multas a quem desrespeita o sinal. À época, afirmou que a meta era chegar ao fim daquele ano "com o reconhecimento de que o pedestre é respeitado na cidade". Três anos depois, reconhece:
— Não atingimos esse objetivo. Temos um bom percentual de motoristas que dão a preferência ao pedestre, mas tem motoristas ainda que não o fazem. É um processo continuado.
Motoristas deixam de dar preferência a pedestre idosa, em faixa de segurança da Avenida Getúlio Vargas
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS 

O hotsite da campanha saiu do ar, segundo a assessoria de imprensa da EPTC, porque fazia parte da primeira fase do projeto. Cappellari nega que a campanhatenha acabado.
— Continuamos fazendo. Estamos em outra etapa, atuando pelo processo de educação de trânsito (em ações pontuais) e fiscalização. Motoristas que desrepeitam os pedestres nas faixas de segurança estão sendo multados diariamente. Os números são bem expressivos.

Ao contrário: entre 2011 a 2013, houve uma redução progressiva no número de autuações, de acordo com os dados da EPTC. Em 2011, em toda a Capital, foram 2.614 autuações por desrespeito ao pedestre e veículos não-motorizados — 7,16 por dia. Em 2013, foram para 807 — 2,21 motoristas por dia.
Os dados do primeiro semestre de 2014, no entanto, sinalizam uma mudança. Ao todo, as autuações somaram 662 até junho, uma média de 3,63 motoristas multados por dia. Se elas seguirem no mesmo ritmo, pode haver o primeiro aumento nas autuações nos últimos cinco anos.
Para atravessar usando a mãozinha, porém, o pedestre terá de lembrar do gesto espontaneamente: a campanha como vista em 2009, com adesivos, entrevistas e ações de comunicação, não tem previsão de volta.
O que os motoristas não podem fazer, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro
– Não esperar o fim da travessia do pedestre: Infração gravíssima, com multa de R$ 191,53 e perda de sete pontos na carteira de habilitação
– Não dar vez ao pedestre na faixa: Infração gravíssima, com multa de R$ 191,53 e perda de sete pontos na carteira de habilitação
– Não respeitar os pedestres nas conversões: Infração grave, com multa de 127,69 e perda de cinco pontos na carteira de habilitação
– Já o pedestre, para cruzar a pista de rolamento, deve tomar precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas — quando existir uma faixa de segurança em uma distância de até cinqüenta metros dele.

Fonte: Zero Hora