quinta-feira, 26 de abril de 2012

Especialistas debatem trânsito e mobilidade em Porto Alegre

Especialistas de diversas áreas reuniram-se em Porto Alegre, nesta terça-feira (24), para debater questões relacionadas ao trânsito e mobilidade urbana. Representantes do executivo, legislativo e sociedade civil apresentaram a sua ótica sobre os problemas enfrentados atualmente - especialmente nas grandes cidades - e apontaram possíveis soluções. O II Fórum de Mobilidade Urbana foi promovido pela Revista Voto, no Hotel Sheraton.

Na abertura, o vice-governador, Beto Grill, que também é coordenador do Comitê Estadual de Mobilização pela Segurança no Trânsito, contextualizou: "A frota cresce 20 vezes mais que a população, e a possibilidade de fazer obras é bem menor. Dessa forma, os problemas de mobilidade urbana, assim como os de segurança no trânsito, só podem ser enfrentados com a articulação de esforços de todos os governos e esferas da sociedade."

A palestra de abertura foi ministrada pelo presidente do Detran/RS, Alessandro Barcellos, que apresentou estatísticas do Estado e fez algumas reflexões sobre a pós-modernidade e seus reflexos no trânsito. "Chegamos hoje a 2,12 habitantes por veículo, o que reflete uma sociedade individualista, em que o conflito por espaço acirra-se e aumenta a fragilidade dos usuários vulneráveis. É nesse contexto que devemos pensar nossas ações e projetos."

Foram três painéis: "Políticas e programas de educação e segurança no trânsito", "Desafios criativos e soluções a curto prazo em mobilidade urbana" e "Os impactos dos acidentes de trânsito no mercado segurador". O mediador do primeiro painel foi o presidente do INSS, Mauro Hauschild, que falou sobre as ações regressivas de trânsito como uma ferramenta de prevenção, não só de punição. "É um ingrediente a mais na avaliação que o condutor vai fazer antes de ligar a ignição do veículo após beber."

No segundo painel, o engenheiro e professor da UFRGS, João Fortini Albano, levantou uma série de medidas de curto prazo passíveis de serem aplicadas para melhorar a mobilidade, como estacionamentos dissuasórios, flexibilização dos semáforos, inspeção veicular mecânica, etc. O sociólogo Eduardo Biavati ressaltou que a questão não é simples e nem de curto prazo: "Temos que pensar como vamos fazer o processo de inversão dos modais, como vamos desestruturar o status e a valoração em relação ao meio de transporte motorizado individualista".

O evento se encerrou com o painel mediado pelo superintendente da Susep (Superintendência dos Seguros Privados), Luciano Santanna, que trouxe números superlativos dos acidentes de trânsito no Brasil e não deixou dúvida sobre o usuário mais atingido. "As motocicletas representam 27% da frota brasileira e 72% das indenizações por invalidez concedidas pelo Seguro DPVAT. Cerca de 70% dos indenizados estão na faixa de idade entre 18 e 44 anos, portanto, pessoas economicamente ativas. Mais de 77% são homens."

A segunda edição do Fórum, que teve o apoio do Detran/RS e Governo do Estado, reuniu cerca de 150 participantes. 

Fonte: Detran/RS

Nenhum comentário:

Postar um comentário