sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Em São Paulo, 88% dos acidentes de moto acontecem por imprudência


Em 2014, 83 mil pessoas foram internadas no país devido a acidentes com moto. Em 6 anos, as internações aumentaram quase 150% na rede pública.


No começo da semana, o Jornal Nacional apresentou o resultado de uma pesquisa sobre o perfil dos motociclistas que se envolvem em acidentes no país.
Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, quase 90% são homens. A maior parte, jovens que usam a moto para trabalhar.
O motociclista mostrado no vídeo invade a faixa contrária e trafega pela contramão por um quarteirão. Depois volta para a faixa dele. Em seguida, o motociclista entra na contramão mais uma vez, só para não ficar atrás dos carros na fila do semáforo.
Outro também se arrisca e passa perto de uma moto. Na disputa por espaço no trânsito de São Paulo, muitos motociclistas acabam sendo imprudentes. Andar acima da velocidade permitida é uma das infrações mais comuns.
“Esse mês paguei 800 reais de multa. Geralmente mais comum é velocidade”, conta o motoboy Diogo Correia da Silva.
E esses excessos assustam até quem usa a moto todos os dias.
“Tem lugar que você anda a 60 por hora e o cara está a 120. Ele está no máximo. Ele passa por mim que fico até com medo. Quase me atropela”, diz o motoboy Wilson Damião.
Os flagrantes não são restritos aos grandes centros. Em Caxias, no interior do Maranhão, capacete aprece ser um acessório raro. O motociclista mostrado no vídeo passou dos limites.
Tanta imprudência tem uma consequência grave: em 2014, 83 mil pessoas foram internadas em todo o país por causa de acidentes com moto. Em 2008, o número foi bem menor. Em seis anos, as internações aumentaram quase 150% na rede pública – acidentes que poderiam ser evitados se quem anda de moto tivesse mais cuidado.
Uma pesquisa do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas mostrou que 88% dos acidentes com motos em São Paulo acontecem por imprudência: 70% dos motociclistas atendidos no pronto socorro acabam internados.
E esses acidentes custam caro, bem caro. Em 2014, só o governo federal gastou R$ 111 milhões com os motoqueiros acidentados. Bem mais do que em 2008.
“Isso implica num longo período de internação, necessidade muitas vezes de várias cirurgias, necessidades de utilização de materiais de implante. Isso tudo, no final, representa um alto custo desses pacientes”, afirmou o ortopedista do Hospital das Clínicas de São Paulo Marcelo Rosa.
O Emerson sofreu um acidente em dezembro de 2014, quando estava saindo da casa de um amigo. Era noite e ele estava correndo. Passou por uma cirurgia e colocou 14 pinos na perna direita. Está fazendo fisioterapia há nove meses e parou de trabalhar.
“Se eu não estivesse correndo e não tivesse olhado pro lado, tivesse prestado atenção, eu acho que eu não tinha batido em nada. Eu tinha chegado em casa inteiro”, lamenta o manobrista Emerson Cruz de Sousa.
Fonte: G1. com

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