quarta-feira, 20 de abril de 2016

Detran/RS apresenta propostas para reduzir índices de reprovação





Qualificação dos instrutores, diretores de ensino e examinadores, melhor infraestrutura no local dos exames, adaptação da didática à cultura dos jovens. Essas foram algumas das sugestões do grupo permanente de estudos do Detran/RS, que se debruçou sobre o processo de habilitação para investigar os índices de reprovação nas provas práticas.
O grupo esteve reunido na segunda-feira (18) para apresentar os resultados das ações já realizadas à direção do Detran/RS e do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (SindiCFC) e propor mais ações de enfrentamento. OIII Encontro sobre o Processo de Formação e Avaliação dos Candidatos a Condutores do grupo de estudos aconteceu no auditório do SindiCFC e contou com a presença de representantes da Associação Brasileira de Psicologia do Trânsito (Abrapsit), além de diretores e instrutores de CFCs de Porto Alegre.
Ainda no ano passado, o grupo apresentou os dados da fase quantitativa do estudo. Foram analisados 158 exames práticos de categoria B (carro) em Porto Alegre, com 130 reprovações, sendo mais da metade eliminados na etapa da baliza. Um dos motivos apontados pela alta reprovação foi o fator ansiedade, que demandou um estudo específico do setor de Psicologia do Detran/RS.
Com um novo olhar sobre o fenômeno, o Detran/RS analisou dados de cerca de 310 mil candidatos de todas as categorias ecriou um novo índice, que considera o número dos que foram aprovados no período do Renach (abertura do processo).  O chamado índice de desempenho indicou 83% de aprovação.
Inversão do percurso
Por sugestão do grupo, um projeto piloto testou a inversão das etapas do exame, fazendo o percurso antes da baliza. Houve uma grande dificuldade na adesão dos candidatos. Entre dezenas de candidatos de três CFCs da Capital escolhidos para o piloto, somente seis optaram por realizar o exame prático com as etapas invertidas. Apenas um deles foi aprovado. A conclusão foi que a inversão do percurso, além de trazer dificuldades de ordem prática, não minimiza a ansiedade, já que o candidato vai para o percurso com a perspectiva da baliza que está por vir.
Ansiedade
Psicólogos do Detran/RS buscaram entender a questão da ansiedade observando alguns exames, conversando com candidatos, instrutores e diretores de ensino. Os profissionais ressaltaram alguns pontos: o nível de preparação do candidato é proporcional à tranquilidade na prova, a postura do instrutor no momento da avaliação pode influenciar o desempenho, a representação social do examinador como “exterminador” prejudica e fatores relacionados ao ambiente também podem estar envolvidos. Os técnicos apresentaram uma série de sugestões para minimizar os fatores ansiogênicos da prova prática.
Grupos focais
Além dos estudos com candidatos, técnicos do Detran/RS realizaram  grupos focais com instrutores para identificar as necessidades de capacitação. Foram realizados dois encontros de 2h com 20 profissionais de Porto Alegre selecionados aleatoriamente, repeitando a diversidade de idade e tempo de profissão.
Entre as necessidades levantadas estão a importância de instrumentalizar melhor o profissional, de promover uma maior reflexão sobre a ética na atividade, de mudar o foco para a aprendizagem significativa (e não para a aprovação), além de alinhar os instrutores teóricos e práticos e o fornecimento de subsídios pedagógicos e técnicos para tornar a aula mais atrativa, especialmente para os jovens.
Próximos passos
Como um grupo de estudo permanente, já estão previstas novas ações para o segundo semestre. Seguindo o trabalho feito na Capital, serão realizadas nos CFCs da Região Metropolitana oficinas para identificar as principais faltas cometidas no exame prático.  O Detran/RS também realizará encontros pedagógicos com diretores de ensino (espécie de coordenadores pedagógicos) desses CFCs, que terá continuidade através da plataforma EAD.
Com relação à falta de um espaço humanizado para realização das provas (protegido do sol e das intempéries, com banheiros e espaço para sentar), já que esse é um dos fatores que prejudicam o desempenho, o Detran/RS está acordando com a Famurs para sensibilizar os municípios nesse sentido.
A avaliação dos presentes foi de que as ações do grupo permanente representaram uma aproximação importante entre todos os envolvidos no processo de formação e avaliação de condutores, mas que não há uma conclusão única e definitiva para um fenômeno tão complexo. Além de manter o trabalho, o grupo devem também avançar em termos de evolução tecnológica na aplicação das provas, alterações na legislação (sobre o conteúdo das aulas, por exemplo) e inserção da discussão sobre cidadania no trânsito ao longo da educação formal. 
Fonte: Detran/RS

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