domingo, 22 de fevereiro de 2015

Saiba quanto custa o seu carro e se não é melhor andar de táxi


O aumento do combustível não é o único vilão para os donos de automóveis. Na ponta do lápis, com todos os outros custos incluídos, nem sempre vale a pena ter um motor próprio

Saiba quanto custa o seu carro e se não é melhor andar de táxi Jefferson Botega/Agencia RBS
Calcule quanto você gasta com o seu carroFoto: Jefferson Botega / Agencia RBS
O aumento do preço gasolina no início do mês assustou motoristas atentos ao custo cada vez mais elevado de ter um carro. O gasto, no entanto, vai muito além do valor cobrado pelo combustível. Manter um automóvel pode custar outro em menos de dois anos.
Um carro popular avaliado em R$ 30 mil, por exemplo, chega a custar R$ 18,2 mil – ou R$ 50,08 por dia – no primeiro ano, se levado em conta despesas com seguro, IPVA, estacionamento, combustível, depreciação e custo de oportunidade (o dinheiro que o proprietário receberia se aplicasse o valor na poupança em vez de comprar um veículo). Se considerarmos eventuais lavagens, viagens de final de semana, pedágios, multas e estacionamentos avulsos que muitas vezes somos obrigados a pagar quando vamos a bares e restaurantes, a cifra fica ainda maior. 

O jornalista Thiago Lazeri sabe bem o impacto do custo de um automóvel no orçamento. Durante anos, viajava diariamente de carro de Canoas a Porto Alegre para trabalhar. Além do estresse no trânsito, as despesas não paravam de aumentar. Em uma decisão radical, decidiu vender o veículo.
– Me mudei para Porto Alegre, mais perto do meu trabalho e comprei uma bicicleta. Gasto menos e ainda fico em forma. Uso para quase tudo e, quando não dá, opto pelo táxi. Não me arrependo – diz.

Ele conta que, antes da mudança de cidade, acreditava que o gasto com o novo aluguel do apartamento igualaria o custo do carro, mas se surpreendeu com o resultado:
– Sempre comprava combustível no cartão de crédito. Era uma despesa invisível, eu mal sentia. No final do mês, não parava para calcular quanto do meu salário ia em gasolina.
Mas nem todo mundo pode abrir mão da comodidade. O administrador Omar Afif El Kik comprou um carro zero no final de janeiro e também não se arrepende.
– Eu e minha mulher trabalhamos em lugares distantes, temos dois filhos em escolas diferentes, precisamos ter flexibilidade. É um conforto de que não dá para abrir mão – conta.
Ele confessa, no entanto, não ter prestado muita atenção em todas as despesas do carro na hora da compra.
– Observei mais as vantagens que o carro oferecia, como sensor de ré, e as facilidades com prazo de pagamento – conta.
Após sair da concessionária, ao dar a primeira volta na quadra, especialistas estimam que o veículo já perde entre 15% e 20% do valor de venda. É um custo invisível, mas representa um importante aspecto financeiro a ser considerado. O valor da depreciação não sairá efetivamente do bolso do proprietário, mas ao tentar revender o automóvel o preço certamente será mais baixo do que o valor pago na aquisição.
As despesas que entram na conta
Na hora de comprar não basta olhar apenas o valor da parcela. A simulação abaixo foi feita com base em um carro 0 km, com valor médio de R$ 30 mil.
Devorador de renda
Ouvir que o impacto de um carro no bolso se assemelha ao peso de um filho no orçamento da casa é comum – e faz sentido. Os gastos com o automóvel serão regulares e irão muito além do desembolso para por o veículo na garagem. Parado lá, vai custar mais de R$ 30 por dia, mesmo sem usar combustível. Parte dos gastos, como imposto e manutenção, permanece.
Na ponta do lápis, a conta impressiona. Quem ganha um salário de R$ 5 mil e compra um carro de R$ 30 mil à vista, por exemplo, gastará em média 17% do salário só em cuidados diretos com o veículo. Ou seja, excluindo o custo de oportunidade e depreciação. Se o automóvel for comprado em parcelas, esse percentual fica ainda mais alto, já que parte do dinheiro será destinado para pagar o financiamento.
– O carro obviamente melhora a vida das pessoas, mas se o bem suga boa parte do orçamento do mês, a pessoa estará abdicando do lazer para manter o veículo – afirma o educador financeiro Mauro Calil, autor do livro Separe uma Verba para Ser Feliz.
Para reduzir os custos sem abrir mão do conforto, Calil tranquiliza: há alternativas. A primeira é comprar um veículo mais barato, com manutenção mais em conta. Para casais, a saída pode ser optar por um só.
– Em vez de dois carros de R$ 30 mil, por que não um de R$ 40 mil? Economiza R$ 20 mil e mais um monte de despesas – explica o educador financeiro.
Ouvir que o impacto de um carro no bolso se assemelha ao peso de um filho no orçamento da casa é comum – e faz sentido. Os gastos com o automóvel serão regulares e irão muito além do desembolso para por o veículo na garagem. Parado lá, vai custar mais de R$ 30 por dia, mesmo sem usar combustível. Parte dos gastos, como imposto e manutenção, permanece.
Na ponta do lápis, a conta impressiona. Quem ganha um salário de R$ 5 mil e compra um carro de R$ 30 mil à vista, por exemplo, gastará em média 17% do salário só em cuidados diretos com o veículo. Ou seja, excluindo o custo de oportunidade e depreciação. Se o automóvel for comprado em parcelas, esse percentual fica ainda mais alto, já que parte do dinheiro será destinado para pagar o financiamento.
– O carro obviamente melhora a vida das pessoas, mas se o bem suga boa parte do orçamento do mês, a pessoa estará abdicando do lazer para manter o veículo – afirma o educador financeiro Mauro Calil, autor do livro Separe uma Verba para Ser Feliz.
Para reduzir os custos sem abrir mão do conforto, Calil tranquiliza: há alternativas. A primeira é comprar um veículo mais barato, com manutenção mais em conta. Para casais, a saída pode ser optar por um só.
– Em vez de dois carros de R$ 30 mil, por que não um de R$ 40 mil? Economiza R$ 20 mil e mais um monte de despesas – explica o educador financeiro.
Dicas para economizar combustível

— Parece detalhe, mas rodar com os pneus calibrados é essencial. Ideal é fazer a conferência uma vez a cada 15 dias. Quanto mais murcho, maior será a área de atrito da borracha com o solo, e o motor tem de trabalhar mais para garantir a aceleração.
— Manejar bem o câmbio garante uma diferença considerável. Esticar as marchas (mudar só quando o motor ronca alto) faz o combustível evaporar rápido. Mas o contrário também é sinônimo de prejuízo. O correto é verificar o conta-giros. Na cidade, o ideal é ficar entre 2.000 e 2.500 rpm. Na estrada, a 80 km/h, é possível ficar entre 3.000 e 3.500 rpm.
— Segundo mecânicos, o melhor é usar o ar condicionado na estrada e vidros abertos na cidade: o para e arranca aumenta muito o gasto.
— Limpe o bagageiro. Andar com carga desnecessária é dar carona para o prejuízo.
Fonte: Zero Hora

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